Tecnologias mudam sertão do Piauí

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As experiências pioneiras implantadas no semiárido do Piauí começam a mostrar que a população da região pode conviver de forma harmônica com a seca. Isso é possível por causa de tecnologias que contaram com investimentos na ordem de R$ 70 milhões no Estado desde o ano de 2000, oriundos de convênios diversos.

O Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido trabalha com cinco tipos de tecnologias que favorecem o convívio das famílias do semiárido com a seca: cisternas em residências e nas escolares rurais, barragens subterrâneas, tanque de pedra, barraginhas e Bomba D´água Popular, conhecida como BAP.

As cisternas usadas são de três tipos diferentes: as familiares, com capacidade para armazenar até 16 mil litros e abastecer uma família de 5 pessoas durante 6 meses. Elas captam a água através do telhado das casas; as cisternas calçadão, com capacidade de 52 mil litros de água e servem tanto para o consumo humano quanto para a produção.

O sistema capta a água por meio de uma área pavimentada como um calçadão, além de serem equipadas com um sistema de irrigação; o terceiro tipo é a cisterna escolar, com capacidade para 52 mil litros e que serve basicamente para o consumo de alunos e professores. Já a Bomba D’água Popular consiste na instalação de bombas de ação manual para captação de água em poços já existentes. O equipamento, que chama à atenção no meio da paisagm seca do sertão do Piauí, tem capacidade de bombear até 1.000 litros de água em uma hora de profundidade de 40 metros.

Capital tem cisternas em escolas públicas

A cidade de Teresina também já conta com escolas com cisternas. Através do projeto Horta e Água na escola, da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, em parceria com a Cáritas Brasileira Regional Piauí, foi construída uma cisterna na Escola Municipal Roberto Cerqueira Dantas, no Bairro Monte Verde, em Teresina.

O projeto Cisternas nas Escolas, da ASA-Brasil, serviu de modelo para a prefeitura de Teresina, que procurou a Cáritas e financiou a construção da cisterna no Bairro Monte Verde. A Cáritas entrou com a tecnologia e a prefeitura de Teresina, com o financiamento. Segundo João Evangelista Santos, assessor de projetos e coordenador dos programas de Cisternas da Cáritas, a prefeitura da capital tomou conhecimento do projeto Cisternas nas Escolas e procurou a Cáritas e a ASA-Brasil para implantar um projeto semelhante em algumas escolas da capital que sofriam com o abastecimento de água.

“A princípio foi identificada uma demanda de 15 escolas. A cisterna na escola do Monte Verde foi um piloto, que concluímos no final do mês de março. Agora está marcada uma reunião que irá definir a continuidade do programa, que também trabalha com a horticultura na comunidade”, finaliza o coordenador. (D.B. e J.O.)

Projeto das cisternas pode ser renovado

Escolas públicas municipais da zona rural no Piauí, que sofriam com a falta de água nos meses mais secos do ano, estão ganhando cisternas para o abastecimento de água nas épocas mais críticas. Para este ano, ainda não há indicativo de que o projeto seja renovado e a ASA-Brasil está negociando diretamente com o Governo Federal a renovação do projeto.

Desde o ano passado, foram construídas 55 cisternas em 14 cidades piauienses. As cidades que já foram beneficiadas com o projeto são Acauã, Oeiras, Coronel José Dias, Jurema, São Raimundo Nonato, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Picos, Capitão Gervásio de Oliveira, Jacobina do Piauí, Queimada Nova, Piracuruca, Pedro II e São José do Divino.

Esse é um projeto piloto, que obteve financiamento da Cooperação Espanhola (Embaixada da Espanha e Governo Brasileiro). As Cisternas construídas nas escolas tem capacidade de armazenar 52 mil litros de água e a principio serão utilizadas para o consumo humano nas escolas. A ASABrasil trabalha esse projeto nas escolas como forma de melhorar o convívio dos alunos com o Semiárido.

“Através desse projeto nós detectamos a fragilidade do sistema educacional nessas regiões, não existem projetos voltados para trabalhar a realidade dos alunos. Envolvemos o poder público e a escola no debate do convívio com o Semiárido”, afirma o coordenador. O projeto teve início quando a ASA-Brasil percebeu que a evasão escolar era maior no período mais seco do ano. “Muitas escolas param as aulas por conta da falta de água. Esse projeto busca solucionar esse problema. Essa é uma forma de atrair os alunos para o convívio com o Semiárido. Além das cisternas oferecemos também cursos de gestão de Recursos Hídricos”, informa Carlos Humberto, vice-presidente da ASA-Brasil.

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