Debate sobre cisternas ganha destaque no evento

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Coordenador da ASA, Naidison Baptista, participa de mesa com a secretária Maya Takagi e a representante do Consea Marília Leão. | Foto: Cláudio David 

“Daqui a alguns anos, essas cisternas de plástico não passarão de um monte de lixo no Semiárido. Não podemos aceitar isso”, disse Valber Matos, da Paraíba. Essa foi apenas umas das falas em plenária, contrárias ao investimento do governo nesse tipo de tecnologia.

A fala de Matos reforça o conteúdo do panfleto produzido pela ASA e distribuído durante a 4ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, lamentando a utilização das cisternas de plástico como alternativa para universalizar o acesso à água de qualidade no Semiárido. Os estandes da Bahia, Pernambuco e da Paraíba também se engajaram na campanha e estão ajudando na distribuição do material, que traz um quadro comparativo entre as cisternas de placas e de plástico.

Durante o painel da manhã de ontem (8), a ministra Teresa Campelo explicou que o objetivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) é ampliar a ação de acesso à água e, para isso, precisa testar outras formas de trabalho.

A secretária de Segurança Alimentar do MDS, Maya Takagi, em sua apresentação no painel da tarde, reforçou o interesse do governo federal em continuar sendo parceiro da ASA na construção das cisternas de placas. Ela também destacou a necessidade de universalização da política, de forma que garanta alimentação a todos, em especial às famílias mais pobres.

Esse painel, dedicado ao Sistema, Política e Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, também contou com a participação do coordenador executivo da ASA, Naidison Baptista, que falou sobre a experiência da sociedade civil com o Consea da Bahia.

Atividade Integradora – O debate sobre as cisternas se estendeu até a noite, durante a oficina promovida pela ASA, uma das trinta atividades integradoras. Intitulada ‘Produção de alimentos no Semiárido’ a atividade destacou o caminho percorrido até se chegar ao conceito de convivência com o Semiárido que existe hoje e que foi incorporado pelo governo na sua política, e que sempre foi a principal bandeira da ASA.

A oficina também trouxe a reflexão do porquê de trabalhar com determinadas tecnologias de captação de água, a função delas e, em especial, porque investir na cisterna de placas e não nas cisternas de plástico.

Marilene Souza, da ONG CAA, atuante no norte de Minas Gerais, e também coordenadora executiva da ASA, contou que o governo do estado instalou algumas cisternas de plástico e que não foi uma experiência bem-sucedida. “As cisternas murcham e ficam com uma aparência horrível, suja. É difícil imaginar que alguém beba daquela água”, finaliza.

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