Mesa de debate marca o encerramento do I Encontro de Acesso à Terra no Semiárido

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A mesa “Diálogos de Acesso à Terra no Semiárido”, realizada na última sexta-feira (12), marcou o encerramento do I Encontro de Acesso à Terra no Semiárido, que aconteceu de 10 a 12 deste mês, em Teresina, no Piauí. Neste momento, os convidados puderam abordar algumas das questões já levantadas durante o encontro, sobretudo referentes às populações tradicionais.

Participaram desta mesa final Luiz Cláudio Brito, representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Antônio Bispo dos Santos, membro da Coordenação Estadual do Movimento de Quilombolas do Piauí e Naidison Baptista, coordenador executivo da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

Luiz Cláudio Brito, do CIMI, explicou que para os povos indígenas, o conceito de territorialidade vai para além da demarcação de uma terra qualquer, envolve também questões culturais, de identidade. Por este motivo, defende que esses aspectos sejam considerados pelos movimentos de luta em suas estratégias de defesa do acesso à terra no Semiárido.

“Toda articulação precisa respeitar a diversidade dos povos, pois eles têm voz, vontade de lutar e desejam dar o direcionamento de suas lutas. As bandeiras que estão sendo levantadas por esses elementos precisam ser respeitadas”, complementou Luiz Cláudio.

O representante do Movimento Quilombola no Piauí, Antonio Bispo, defendeu que combater o agronegócio não é o bastante, pois este é apenas uma das ameaças ao acesso à terra no Semiárido. Ele acredita que essa nomenclatura não dá o real peso para a atividade que é na verdade o latifúndio. “Nós não temos que chamar de agronegócio, não temos que tratar de forma segmentada. Temos que chamar de grandes projetos de capital. E estamos sendo atacados por todos eles, sejam as barragens, seja o latifúndio…” pontuou.

Para finalizar, o coordenador executivo da ASA, Naidison Baptista, afirmou que a ASA é um conjunto grande de diferentes pessoas, grupos e identidades que se organizam em rede e que faz questão de manter essa diversidade. O compromisso que ficou para as pessoas e organizações que compõem a rede foi de inserir essa discussão da luta pela terra nas suas dinâmicas nos estados que formam a Articulação.

“Tem um conjunto de elementos da prática de ASA que podem ser enriquecidos e trabalhados de forma diferente. Nada nos impede de inserir análises, debates sobre a questão do acesso à terra nos nossos encontros estaduais, por exemplo”, afirmou Naidison.

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