Intercâmbio incentiva a organização coletiva
Grupo participante do intercâmbio |
A Cáritas Brasileira Regional, através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), realizou o intercâmbio de experiência intermunicipal em gestão da água para produção de alimentos, entre agricultores dos municípios de Bonito de Minas, Cônego Marinho e Japonvar. O evento aconteceu nos dias 21 e 22 de julho, no município de Japonvar.
Das experiências visitadas, duas destacaram-se: a horta comunitária da Associação dos Moradores de Japonvar e a Cooperativa dos Produtores Rurais e Catadores de Pequi de Japonvar (Cooperjap).
Seu Jorge, responsável pelo funcionamento da horta, diz que há 13 anos cuida daquele local e que nenhum dos 30 beneficiários faz uso de fertilizantes ou agrotóxicos, sendo totalmente orgânica. A horta comunitária além de contribuir para geração de renda, beneficia as famílias com uma alimentação saudável. “A horta além de gerar renda serve como terapia para as famílias”, diz seu Jorge.
O intercambio intermunicipal tem como objetivo incentivar, por meio da troca de conhecimento entre os próprios agricultores, o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar. José Luiz, secretário da Associação, afirma que “hoje quanto mais você aprende mais é importante, e esse intercâmbio possibilita o conhecimento das técnicas do P1+2”.
Produtos beneficiados pelo grupo |
Já a ação da Cooperjap, mostrou aos visitantes que a perseverança faz toda a diferença na vida do ser humano. A cooperativa foi criada em 1998 e trabalha com mais de 180 famílias agroextrativistas na exploração sustentável do Cerrado. São muitos os frutos nativos, dentre eles o pequi, coquinho azedo, araticum, cagaita, murici, mangaba e favela.
A exploração sustentável dos recursos naturais é uma tentativa de impedir as destrutivas queimadas além de garantir a qualidade de vida dos moradores. Os frutos do Cerrado têm melhorado a vida das famílias de Japonvar, pois contribui na geração direta e indireta de renda, além de a cidade ser reconhecida mundialmente como a capital nacional do pequi. “A Cooperjap é um ganho para os moradores, pois além de contribuir para a preservação ambiental e o conhecimento mundial do nosso trabalho, o ganho maior é proporcionar a inclusão social, ou seja, a melhoria de vida da população”.
Um momento importante da visita foi o convite feito pelo presidente da Coopejarp a Associação de Ana da Rocha, de Bonito de Minas; e a Associação Comunitária de Cabeceira, de Cônego Marinho, para se associarem ao núcleo da cadeia produtiva do pequi do norte Minas Gerais, visando o fortalecimento do agroextrativismo sustentável no cerrado com apoio do governo federal.
Para Valmir Lopes, coordenador do P1+2 na região, “o intercâmbio é uma forma de promover a capacitação das famílias atendidas pelo programa através da troca de experiências acumuladas pelos agricultores e grupos organizados”.