Centro Sabiá: 18 anos plantando mais vida para um mundo melhor

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Neste mês de julho, o Centro Sabiá completa 18 anos de trabalho em prol de um mundo melhor, desenvolvendo a agricultura familiar agroecológica e resgatando a cidadania de famílias agricultoras da Mata, Agreste e Sertão de Pernambuco.

Para celebrar a organização realizará uma comemoração nas feiras do Espaço Agroecológico, na cidade de Recife, em Pernambuco. A partir das 8h, poderão, além de adquirir alimentos livres de agrotóxicos, conversar com especialistas sobre temas como alimentação saudável, consumo consciente e economia solidária. Na feira das Graças, que funciona na Rua Souza de Andrade (por trás do Colégio São Luiz), o bate-papo sobre diferentes temas será com a professora Zênia Tavares, do Centro de Ciências Domésticas da UFRPE. Já na feira de Boa Viagem, o espaço agroecológico está localizado na Rua Jules Rimet (por trás do 1ª Jardim e próximo ao restaurante Parraxaxá). Na ocasião, também haverá forró pé-de-serra, sorteio de cesta com produtos agroecológicos e até bolo de aniversário.

Fundado em 1993, o Centro Sabiá é uma organização não governamental com sede em Recife (PE) que surgiu com o objetivo de desenvolver e multiplicar a agricultura agroflorestal. Essa prática melhora a qualidade de vida das famílias agricultoras e dos consumidores porque produz alimentos sem agrotóxicos, além de recuperar e conservar as fontes de água, a fertilidade dos solos e a biodiversidade animal e vegetal.

No decorrer dessa caminhada, o Centro Sabiá vem celebrando muitas conquistas. A principal delas é a transformação na vida das famílias com as quais atua, que passaram a acreditar que o campo é um lugar possível de viver com dignidade. Nesses 18 anos, foram assessoradas mais de 10.000 famílias, entre crianças, jovens, mulheres e homens das três regiões do estado.

Seu Antônio Sabino, que mora no município de Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão pernambucano, foi um dos primeiros agricultores assessorados pela entidade. Assim como vários trabalhadores rurais do Nordeste, ele migrou para outros estados para trabalhar, em Minas Gerais numa fazenda, e no Mato Grosso como ajudante de cozinha. Em 1996 retornou para casa e descobriu uma nova forma de fazer agricultura: a agrofloresta.

“O Centro Sabiá representa muitas coisas para mim. Foi através dessas assessorias que eu passei a ver o outro lado da coisa. Me incentivou a praticar a agricultura sustentável e a permanecer no campo. Isso também fez com que eu voltasse aos estudos. Eu passei 16 anos sem ir à escola. Hoje, consegui concluir os estudos”, afirma Antônio Sabino, completando: “Não pretendo sair mais daqui porque hoje eu já tenho uma estrutura montada; tô produzindo e gerando renda, então eu não tenho necessidade de sair mais. Graças a Deus”.

Para desenvolver seus trabalhos, o Centro Sabiá se organiza em eixos estratégicos, entre eles: Fortalecimento de processos de produção da agricultura familiar para a transição agroecológica; Fortalecimento do trabalho com grupos de mulheres e comunidades quillombolas; Juventude protagonizando ações agroecológicas; Participação efetiva nos espaços locais, regionais e nacionais de discussão e elaboração de políticas públicas para a agricultura familiar; entre outros.

O Centro Sabiá entende que a missão de plantar mais vida para um mundo melhor só é possível se o trabalho for desenvolvido em conjunto com outras entidades. Por isso, a instituição trabalha em parceria com associações de agricultores, movimentos sociais e sindicais, igrejas, outras ONGs e órgãos governamentais. 

A entidade também integra algumas redes e articulações no intuito de fortalecer o trabalho e interferir na elaboração de políticas públicas que valorizem a agricultura familiar, entre elas a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), a Rede de Agroecologia da Zona da Mata (RAMA) e a Rede de Assessoria Técnica e Extensão Rural do Nordeste (Rede Ater/NE).

O coordenador do Centro Sabiá, Alexandre Henrique Pires, aposta no crescimento da entidade nos próximos anos e na reafirmação do sentido do trabalho junto à agricultura familiar. “Outra perspectiva é a ampliação das ações junto a populações mais específicas, como é o caso da agricultura urbana, de quilombolas e indígenas, que já atuam com a agricultura familiar, mas aos quais o Sabiá tem ações apenas pontuais”, afirma Alexandre.  

Origem do nome – O nome Sabiá tem duas origens. Uma está relacionada ao pássaro, que possui um dos mais belos cantos e desenvolve uma importante função na agricultura, contribuindo para o equilíbrio ecológico. No Brasil, esse pássaro está presente em todas as regiões, habitando nas matas e também nas cidades.

Sabiá também é o nome de uma árvore nativa da Caatinga, o bioma presente no Nordeste brasileiro, que se adapta bem a outros climas e regiões do Brasil. Ela ganhou esse nome por ter a cor do caule muito parecida com a do pássaro. É também uma árvore bastante querida por quem cuida da agricultura e do meio ambiente.

 

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