Mais poder para as mulheres

Para tornar o aborto legal e seguro, para acabar com a pobreza e enfrentar a violência
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Historicamente, as mulheres sempre lutaram para ocupar os espaços de decisão e de poder. Neste dia 17 de março, saímos às ruas em alusão ao Dia Internacional da Mulher para reafirmar a conquista histórica de termos mulheres ocupando cargos importantes de poder, mas também afirmamos que não é suficiente conquistar estes espaços de decisão, nem tampouco apenas ser mulher. É preciso que cada mulher tenha poder para decidir sobre suas vidas, para ampliar seus direitos, garantir as conquistas e avançar na luta. A luta organizada das mulheres é fundamental, pois as desigualdades sociais estão aumentando muito nossa pobreza.

Poder para quê?

Para enfrentar a pobreza das mulheres

A pobreza e a dependência econômica das mulheres em relação aos homens é o retrato da exploração que sofremos. O salário pago às mulheres é 30% menor do que o dos homens. A luta pelo salário mínimo do DIEESE (R$ 2.200) para todas e todos as/os trabalhadoras/es é o primeiro passo para corrigir esta desigualdade. A exploração também atinge as mulheres agricultoras, pois 68% delas não têm renda. Por isso, é necessário fazer a reforma agrária e garantir a soberania alimentar como forma de enfrentar a pobreza no campo e de toda a humanidade. Apesar de produzir 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros, a agricultura camponesa recebe somente 8% do financiamento público destinado à produção agrária. Os agrotóxicos e os transgênicos também são uma ameaça às agricultoras, pois pioram os conflitos agrários, gerando problemas ambientais, sociais e econômicos. Infelizmente, o maior compromisso do Estado brasileiro ainda é com o agronegócio e com os grandes donos de terras. Quanto às mulheres negras, a situação de pobreza é ainda pior, pois elas recebem três vezes menos que os homens brancos. Assim, as marcas do racismo faz das mulheres negras as mais pobres e as mais exploradas. A pobreza no nosso país tem raça, gênero e classe.

Para enfrentar a crise na saúde pública e o abandono do SUS

Quando a saúde pública não funciona, as mulheres são as mais prejudicadas. Além de ficarem sem assistência para a sua própria saúde, elas terminam substituindo o papel do Estado e cuidando de todos os enfermos, idosos e crianças na família. No município de Natal e em todo o Estado, é muito visível o sucateamento da saúde e o tensionamento para privatizar o SUS, que se expressa na entrega da assistência básica e de alta complexidade da saúde aos setores privados, com altos custos para a sociedade.

Para garantir igualdade de participação em todos os espaços da política

Fortalecendo a participação das mulheres nos movimentos sociais, nos partidos, nas eleições e governos se fortalece também a participação das mulheres nas decisões políticas de todo o país. Mas é preciso que nós ocupemos cada vez mais esses espaços, escolhendo o lado da classe trabalhadora e enfrentando o capitalismo que tanto nos explora.

Para enfrentar a violência contra nós mulheres

Quando falamos em violência contra as mulheres não podemos esquecer que o Estado brasileiro é um violador de direitos. Nos casos mais graves de denúncias de violência doméstica ou sexual, a forma de atendimento e os encaminhamentos dados nas delegacias, hospitais e postos de saúde culpam as mulheres das violências sofridas da qual elas foram vítimas. A Lei Maria da Penha não vem sendo respeitada e ainda está sofrendo diversas mudanças de parlamentares conservadores e machistas. A Lei Maria da Penha deve garantir a punição dos agressores, a preservação da vida das mulheres e a garantia de sua segurança nas casas abrigo, que atualmente não funcionam em nenhum município do Estado.

Para ter controle e decisão sobre nossos corpos

O capitalismo transforma o corpo das mulheres em produtos vendidos em propagandas. Não podemos aceitar que nos tratem como objetos sexuais, a exemplo de mulheres melancia, pêra, maçã, etc. Queremos ser donas dos nossos direitos, sem que a grande imprensa e o capitalismo nos digam o que fazer com os nossos corpos. Defendemos o acesso e o uso de outros métodos contraceptivos para não abortar, e o aborto legal, seguro e gratuito para não morrer, além das garantias do Estado para ter e criar nossos filhos se assim quisermos. Por trás do discurso conservador contra a legalização do aborto, existe um discurso contra o prazer sexual. As mulheres têm o direito de sentir prazer e também de viver plenamente sua sexualidade, seja como heterossexual, lésbica ou bissexual.

Por isso, chamamos todas as mulheres, trabalhadoras, estudantes, feministas para fazer desse dia um momento de luta, de conquistas e superação dessas desigualdades.

CSP- Conlutas, INTERSINDICAL, CTB, MST, Marcha Mundial das Mulheres, Fórum Estadual de Mulheres do RN, AMB, PSTU, PSOL, PC do B, Coletivo de Mulheres da UFRN, Coletivo Leila Diniz, Assembléia Popular, Centro Acadêmico de Serviço Social/UFRN, ANEL, ADURN, Mandato do Vereador George Câmara, SINDSAÚDE, SINTEST-RN, SINAI, SINDPREVS, SINTSEF, Sindicato dos Bancários-RN, SINDGUARDAS-RN, Oposições Classistas.

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