Agricultura familiar revitaliza a paisagem do Agreste paraibano
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Nas últimas décadas, a preocupação com o meio ambiente se disseminou em todas as esferas da sociedade. As mudanças climáticas deixaram de ser consideradas como teorias imaginárias ou alarmistas. Hoje, os efeitos do aquecimento global podem ser sentidos na própria pele de quem quer que seja. A situação exige a participação de todos os setores, e, nesse caso, a agricultura, vista como uma das principais vilãs, não poderia se omitir. Sabe-se, no entanto, que as soluções efetivas não devem enfocar apenas aspectos ecológicos do ambiente, mas também fatores econômicos, políticos, sociais e culturais. E é nessa conjuntura que a agricultura familiar também vem buscando prestar sua contribuição em diversas partes do país.
Exemplo disso é o trabalho que vem sendo desenvolvido na região Agreste da Paraíba. Desde 1993, a AS-PTA vem atuando em estreita cooperação com organizações da agricultura familiar articuladas pelo Pólo da Borborema, tendo alcançado impactos significativos no que se refere à implementação de inovações nos campos da gestão dos recursos hídricos e da conservação da agrobiodiversidade. Embora tenham demonstrado resultados econômicos e ambientais positivos, atingindo um número considerável de famílias (cerca de 5 mil), as inovações técnicas vêm sendo adotadas em escala ainda pouco expressiva.
Buscando reverter esse quadro de pouca visibilidade e consolidar práticas adotadas isoladamente, surge o projeto Agroecologia na Borborema – conversão ecológica da agricultura no Agreste da Paraíba, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Ambiental. O objetivo é construir uma agenda socioambiental assumida por organizações da agricultura familiar de 15 municípios do Agreste da Paraíba para a implementação e divulgação de iniciativas demonstrativas de recuperação de áreas degradadas, reconversão produtiva de estabelecimentos familiares e uso ecoeficiente de lenha. O projeto também prevê ações de sensibilização ambiental junto a crianças e jovens rurais.
Para tanto, foram traçados os seguintes objetivos específicos:
1. Implementação de sistemas agroflorestais em 150 estabelecimentos familiares;
2. Redução da extração de lenha de remanescentes de caatinga em 50 estabelecimentos familiares;
3. Redução da pressão de pastejo sobre os remanescentes de caatinga e aumento da disponibilidade alimentar para os rebanhos nos períodos secos do ano em 250 estabelecimentos familiares; e
4. Desenvolvimento de um programa de educação ambiental para 1.800 crianças e jovens de 36 comunidades rurais de 13 municípios.
A ideia é propiciar maior segurança produtiva frente às instabilidades climáticas e a melhoria das rendas agrícolas, além de promover, simultaneamente, a prestação de serviços ambientais, no âmbito local e global, por meio da fixação e retenção de carbono atmosférico nos agroecossistemas em volumes bastante superiores aos atuais. As famílias agricultoras contarão com mudas e<