Biodiversidade da Caatinga garante sustentabilidade do Semiárido
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A biodiversidade é definida pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) como “a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas”. Num conceito mais sintético, a biodiversidade significa o conjunto de todas as espécies de seres vivos existentes em determinada região, desde microorganismos, até animais e plantas.
A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas áreas tropicais do que nos climas temperados. No Semiárido, a Caatinga é composta por uma variedade de plantas e animais. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) são cerca de mil espécies vegetais. A maior parte delas são endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar do planeta.
O conjunto de seres vivos usados e domesticados na agricultura é chamado de agrobiodiversidade. Para alguns estudiosos, além da diversidade de plantas e animais existentes nos sistemas agrícolas, a agrobiodiversidade se refere ao manejo ecológico da biodiversidade. Para saber mais sobre esse assunto clique aqui. |
Segundo Mardônio Alves, coordenador da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA) pelo estado de Alagoas e integrante do GT Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), a biodiversidade da Caatinga é responsável pela sustentabilidade da região e autonomia alimentar das famílias agricultoras.
“As famílias nordestinas dependem da preservação das plantas e animais. Por isso, a preservação da biodiversidade da Caatinga é de fundamental importância para o ecossistema, mas principalmente, para a subsistência das famílias”, afirma Mardônio.
O agricultor Domingos Soares da Silva, da comunidade Saco do Monte Belo, no município de Piracuruca, no Piauí, conhece bem a importância de preservar a natureza de onde vive. Há sete anos ele não pratica queimada e produz seu próprio adubo à base de produtos naturais que encontra na própria propriedade como palha de carnaúba, esterco de cabra, urina de vaca, entre outros.
“A terra tem que ser zelada como ela é, do tamanho que ela é e tem que ser respeitada. É uma criação de Deus e a gente tem que zelar, tem que remover [a terra] o menos possível. Hoje, a gente, com poucos anos de experiência na agroecologia, já sabe que dá certo, que a produção aumenta e a natureza agradece. Deus não colocou a gente aqui por acaso, foi para a gente fazer o melhor para a natureza, zelar o que ele deixou para nós”, ensina o agricultor.
Outra atividade de preservação da biodiversidade desenvolvida pelas famílias no Semiárido é a dos ban