Entrevista com Naidison Baptista sobre a história dos 10 anos da ASA na Bahia
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Na última quinta-feira (24), o coordenador executivo da ASA pelo Estado da Bahia, Naidison Baptista deu uma entrevista sobre a história dos 10 anos da ASA no estado, no programa de rádio A voz do Semiárido, veiculado todas as quintas-feiras, às 11h 30, na Rádio Vida FM 107,9.
A entrevista faz parte do Projeto Memórias de Um Novo Semiárido, que é uma ação da Diaconia em parceria com a União Européia e Tearfund. O objetivo é recontar os passos dados pela ASA na construção da cidadania e futuro na região.
Confira abaixo a transcrição da entrevista com Naidison:
Diaconia – Quais as dificuldades enfrentadas pela população do Semiárido baiano no passado?
Naidson Baptista – Além de a população viver de mendicância e total dependência das pessoas influentes na época, o favorecimento político era uma realidade muito forte do Semiárido baiano. Grandes famílias que até hoje se constituem como “monarquias políticas”, dada a facilidade com que conseguem votos para se elegerem e elegerem seus parentes, consolidaram seus nomes como tal, em nossa região, graças ao clientelismo da seca. Essa era uma grande e triste marca do Semiárido baiano no passado.
Diaconia – Como teve início a luta contra a miséria no Semiárido da Bahia?
Naidson Baptista – Logo no início as organizações atuavam contra as condições desumanas em que se vivia no Semiárido, numa lógica emergencial. Nos períodos de seca, nos mobilizávamos, mas, quando passava o período crítico, nós nos desarticulávamos e tudo continuava como era antes.
Diaconia – O que mudou em relação à atuação das organizações baianas pelo desenvolvimento sustentável, após a constituição da ASA?
Naidson Baptista – Tudo. Com a constituição da ASA nós nos fortalecemos com a troca de experiências, com a troca de informações, com a ação articulada e com os projetos. Eu acredito que o P1MC seja o grande responsável pelo fortalecimento do nosso trabalho no Estado proporcionando, inclusive, a divulgação do que fazíamos e o nosso diálogo com o poder público. O resultado disso é que a ASA Bahia tem uma forte incidência em políticas públicas, através do P1MC, por exemplo, que está espalhado pelo estado através de iniciativas de âmbito local. Nossa rede também tem tido a condição de interferir no PPA [Programa de Aquisição de Alimentos], no planejamento orçamentário do governo, interferir com a sugestão de programas como o Programa Àgua para Todos, que envolve saneamento e um conjunto de outras tecnologias. Temos uma parceria para formação dos agentes comunitários de saúde para acompanhamento às famílias que utilizam água de cisterna. Estamos negociando um projeto que visa garantir água para produção. Temos elementos de educação contextualizada que começam a se espalhar pelo Estado, provando nossa incidência em políticas públicas.
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