Coordenador da ASA avalia 1? Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido
![](https://enconasa.asabrasil.org.br/wp-content/uploads/2009/09/Aldo1.jpg)
O coordenador executivo da ASA, José Aldo dos Santos, fala sobre a importância do 1º Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, evento que faz parte da celebração dos 10 anos da ASA e é um preparatório para o Encontro Nacional da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (EnconASA).
ASACom – Que avaliação pode ser feita do 1º Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido?
José Aldo – Essa é a primeira vez que fazemos um evento só com os agricultores e as agricultoras. Todo o processo pensado favoreceu para que tivessem a liberdade de construir o próprio encontro. As ações da ASA têm uma dinâmica diretamente ligada ao que os agricultores e as agricultoras desenvolvem nas suas experiências, nos seus cotidianos, na construção e apropriação sobre o seu conhecimento. Os participantes tiveram a tranquilidade de construir momentos coletivos de troca nos trabalhos em grupo e também fora dos horários da programação, com várias pessoas conversando sobre o que cada um estava fazendo, como é que estavam enfrentando os desafios do plantio, da criação animal. Esse simbolismo reforça que o encontro foi um espaço de fortalecimento da construção histórica de agricultores e agricultoras que produzem conhecimento e tecnologia, favorecendo a mudança de vida na perspectiva da convivência com o Semiárido.
ASACom – Quais as contribuições desse evento para os encontros estaduais que vão ser realizados a partir de agora?
José Aldo – O encontro teve toda uma construção. No primeiro momento os agricultores e as agricultoras se integraram a partir de uma mística com elementos que fazem parte dos seus cotidianos. Depois tivemos o debate de temas como a água, as semente, a agrofloresta, a criação animal, os cultivos em quintais e as hortas, o que enriqueceu a experiência de quem esteve presente. Num terceiro momento, discutiram o papel dos agricultores na sistematização, no intercâmbio e na construção de políticas públicas. Esse formato favoreceu o momento de debate em que cada estado pensou em como seria a continuidade desse encontro e os agricultores deram um tom diferente de como deve ser efetivamente a participação deles no cotidiano das ASAs estaduais. Os encontros nos estados podem favorecer a formação de uma rede de agricultores experimentadores em que os participantes do evento contribuirão com outros agricultores. A presença efetiva de agricultores e agricultoras só fortalece a ASA estadual.
ASACom – E com relação ao EnconASA?
José Aldo – Se a gente olhar para o processo metodológico em que foi conduzido esse encontro, ajuda a fazer um EnconASA em que de fato os protagonistas da construção dos 10 anos da ASA são essas famílias agricultoras. Lógico que tem as entidades, com a assessoria e o papel político, mas de fato quem desenvolve e reconstrói novos sujeitos no campo são as famílias, através de processos de intercâmbio e da sistematização.<