Mulheres organizadas, Semiárido transformado

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Historicamente, o papel das mulheres do campo esteve fortemente atrelado à organização da casa, ao cuidado com o marido e os filhos e à busca de água para sua família. Essa visão vem mudando há alguns anos, quando as mulheres passaram a se organizar e a lutar pela igualdade de gênero. Com isso, observa-se que hoje, além das tarefas tradicionalmente atribuídas às mulheres, elas estão participando ativamente de atividades relacionadas a melhoria das suas comunidades, seja nos sindicatos, nas associações ou em grupos de trabalho que a própria categoria organiza.

Dentro das dinâmicas da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), rede formada por cerca de mil organizações que atuam na região, o processo de organização das mulheres na luta por relações igualitárias de gênero também vem ocorrendo. Existe uma Comissão de Gênero que, entre outras funções, articula as mulheres do Semiárido a participarem de atividades de formação onde se discute quais são as suas necessidades, suas conquistas e que propostas elas têm para o projeto de desenvolvimento do Semiárido. Um desses momentos foi o 1º Encontro de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, que foi realizado entre os dias 21 e 23 de setembro, em Camaragibe – Pernambuco.

De acordo com a organização do Encontro, dos 149 participantes, 67 eram do sexo feminino. “Acredito que a participação das agricultoras foi muito importante. As mulheres tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões, sentimentos e desejos em relação à ASA, às políticas públicas e a todo debate do projeto de desenvolvimento sustentável para o Semiárido”, avalia a coordenadora executiva da ASA e integrante da Comissão de Gênero, Valquíria Lima. “Os depoimentos das mulheres, sobre as suas experiências e o desafio de sair de casa emocionaram a todos e todas”, conclui. 

Um momento marcante das mulheres no Encontro foi a mística realizada no segundo dia (22/09). Elas montaram um painel com fotos e boletins com o objetivo de dar visibilidade ao trabalho da mulher na família, na comunidade, na agricultura, nos municípios e nos espaços de articulações como a própria ASA. No centro do painel, as mulheres trouxeram a frase: Mulheres organizadas, Semiárido transformado.

Mesmo com muitas conquistas, a coordenadora da ASA avalia que é preciso continuar lutando pela igualdade entre homens e mulheres e para isso, ter momentos específicos com as mulheres é fundamental. “Ainda precisamos aprofundar bastante com os companheiros sobre a importância da discussão de gênero e a necessidade de empoderamento e da organização das mulheres, senão vamos para essa discussão de forma desigual”, pondera.

Valquíria Lima acredita que para a mulher do campo mudar a sua vida é preciso, primeiramente, que ela consiga perceber e admitir que vive numa situação desigual. “Sei que esse debate não é fácil, mas temos a clareza de que queremos construir juntos com os companheiros, lado a lado, uma condiç&atild

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