VI Festival de Convivência com o Semiárido é realizado em Minas Gerais
Levantando a bandeira de que a vida com dignidade no Semiárido mineiro é possível, cerca de 400 pessoas se reuniram no dia 12 de setembro, na comunidade Sambaíba, em Januária, para o VI Festival de Convivência com o Semiárido. Eram agricultores, agricultoras, representantes de organizações e pastorais sociais, estudantes e professores de universidades, entre outros, vindos de diversos municípios do Norte de Minas gerais.
O evento é organizado pela Cáritas Diocesana de Januária que, neste ano, celebra seus 10 anos de caminhada. Desde 2003, o Festival tem se firmado como um importante espaço de troca, aprendizagem, celebração e valorização do povo do campo, das famílias do Semiárido.
Para Antônio Justiniano, conhecido como Toninho, presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Sambaíba, este é um momento de festejar a vitória das comunidades. “É também um espaço para as pessoas conhecerem melhor a sua própria região”, acrescenta.
O dia começou com acolhimento dos participantes e uma celebração eucarística. A programação contou com oficinas temáticas, estandes, feira e exposição de produtos e comidas da cultura local, apresentações culturais, momentos de intercâmbio e troca de experiência entre as comunidades. Nas oficinas, foram trabalhados temas como o saber local, associativismo, culinária alternativa e o aproveitamento dos frutos e a reciclagem de materiais.
As apresentações culturais destacaram as produções locais, como o grupo da Escola Estadual do Tejuco e da Escola Municipal da Barra do Tamboril, comunidades de Januária. O grupo Recanto da Viola, do município de Pedras de Maria da Cruz, o grupo Sorvete Mal, de Januária, e o grupo de Reis das Ciganas, da comunidade de Sambaíba também se apresentaram. O violeiro José Afonso, do grupo Recanto da Viola, que há alguns anos se apresenta no Festival, conta que gosta de participar porque o pessoal da roça valoriza a música sertaneja de raiz.
Toninho, da comunidade Sambaíba, acredita que o Festival é um espaço para as comunidades perceberem que fazem parte da luta da sociedade civil por um Semiárido digno. “As comunidades criam um mundinho reservado, esse é um momento para elas se sentirem parte desta luta maior”, acredita.
O Festival já passou por vários municípios do Norte de Minas Gerais, sempre envolvendo as entidades e organizações locais e os agricultores e agricultoras da região. Em sua sexta edição, contou com a parceria da Associação dos Usuários da Sub-Bacia do Rio dos Cochos (ASSUSBAC), do Grupo de Estudos de Frutíferas Exóticas e Nativas, ligado à UFMG, do Núcleo de Pesquisa e Apoio à Agricultura Familiar Justino Obers, que faz parte da Universidade Federal de Lavras, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), e das organizações da cooperação internacional Misereor e Disop.
Para o professor da UFMG, Paulo Sérgio Nascimento, participar de momentos junto às comunidades rurai