Guardando água no Semiárido: a história de Seu Luis
“Hoje voc+s est-o vendo tudo verdinho assim, mas + por causa das chuvas dos +ltimos dias. At+ uns 20 dias atr+s, isso tava tudinho cinza”. + assim que Seu Lu+s Eleut+rio, 59, casado com Josefa Gon+alves da Costa, conhecida por Dona Zezilda, 62, come+a a apresentar a propriedade do casal.
O s+tio, na comunidade de Queimadas, em Cumaru/PE, tem 25 hectares, parte heran+a deixada pelo pai de Dona Zezilda e outra comprada aos irm-os dela. Chuva na regi-o cai de mar+o a junho ou julho, o resto + per+odo de estiagem, que, de acordo com Seu Lu+s, pode oscilar. “Esse ano mesmo, come+ou a chover em fevereiro, por isso o mato j+ est+ verde”.
A +gua + o recurso mais escasso na propriedade, por isso, o agricultor cuida das fontes com zelo. H+ uma cisterna, constru+da pelo Programa Um Milh-o de Cisternas (P1MC), cuja +gua + usada s? para beber e cozinhar. “+ que a gente sabe a falta que a +gua boa faz, ent-o, na cisterna, ningu+m toca para outras coisas. Zezilda controla bem”, afirma. No s+tio, ainda h+ um riacho tempor+rio, um a+ude, cuja +gua + de usos dom+sticos e uma barragem subterr+nea, constru+da recentemente pelo Programa Uma Terra e Duas -guas (P1+2), onde j+ + poss+vel encontrar planta+-o de capim, macaxeira e batata.
Seu Lu+s se revela um contador de hist?rias, falando detalhes do uso das fontes de +gua, do que planta e da busca pela sustentabilidade do s+tio. “Eu cavei esse po+o aqui, mas a +gua que minou + salgada. Tem tamb+m um barreiro mais pra cima, mas ele vaza. S? segura +gua at+ uma parte, quando enche muito, a +gua vai embora. Ele + aberto pros animais beberem +gua direto nele. O outro barreiro, que + maior, tamb+m fica aberto pros animais beberem +gua – vontade”, conta.
Por toda a propriedade, as separa++es de +rea s-o feitas com plantas de cerca viva, que tamb+m servem de ra+-o para os animais. Com orgulho, Seu Lu+s fala que 70% da ra+-o, ele tira do s+tio. Com as plantas forrageiras, faz pequenos silos que serve aos 15 bovinos, 20 caprinos e uma mula.
Evitar a eros-o tamb+m + uma preocupa+-o. No terreno inclinado, a palma e o feij-o guandu s-o plantados em curva de n+vel, “pra chuva n-o levar a terra”. Ele tamb+m deixa v+rias +reas “descansando”, para o solo se recompor. Mas, nem sempre foi assim. “O meu povo gostava de botar fogo, achava bonito. Mas, aprendi com meu pai a preparar o ro+ado cortando o mato grande e deixando na terra para adubar. O povo dizia que o ro+ado do meu pai tinha um segredo. Era isso, sem queimar. Depois, veio o Sabi+ [ONG Centro Sabi+] e a gente come+ou a agrofloresta”.
Dos encontros com outros/as agricultores/as, Seu Lu+s tamb+m traz muito aprendizado. Em uma visita de interc+mbio realizada na Para+ba, ele conheceu a m+quina de fazer cerca telada e com a ajuda de um torneiro mec+nico que mora nas proximidades, construiu a sua pr?pria m+quina. “A tela + boa para quem quer criar cabra, porque a cabra + danada”, explica, referindo-se ao fato de as cabras passarem pelas cercas vivas e de arame farpado, entrarem nos ro+ados e comerem tudo.
A preocupa+-o de Seu Lu+s n-o + s? com o que o s+tio pode produzir para a sua fam+lia. Ele pensa nos vizinhos, gente que quer vender produtos agroecol?gicos, mas n-o tem terra suficiente pra plantar. Por isso, separou uma +rea em sua propriedade para que esses agricultores cultivem. + a solidariedade do povo do Semi+rido, que n-o fica s? no discurso.
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