Entrevista com Crispim Moreira
Crispim Moreira – novo Secret+rio Nacional de Seguran+a Alimentar e Nutricional
ASACom – O senhor pretende fazer mudan+as nas pol+ticas adotadas pela Secretaria ou vai manter o que j+ vinha sendo feito?
Crispim – N?s vamos manter. Estamos fazendo o planejamento estrat+gico do bi+nio 2009/2010 e nossa meta + dar um salto de qualidade nos programas. Vamos favorecer uma intersetorialidade, combinando os programas PAA [Programa de Aquisi+-o de Alimentos], Cisternas, Segunda -gua, Bolsa Fam+lia. As fam+lias que necessitam de pol+ticas de prote+-o, promo+-o social e combate – fome devem ser beneficiadas.
ASACom – O governo Lula est+ chegando ao final do segundo mandato. O que a Secretaria est+ projetando para esses dois +ltimos anos?
Crispim – Queremos consolidar as conquistas que conseguimos. Vamos analisar o que foi debatido na Terceira Confer+ncia Nacional de Seguran+a Alimentar, verificar os avan+os que tivemos e os pontos que queremos avan+ar. A Confer+ncia aprovou seis diretrizes para a Pol+tica Nacional, uma delas diz respeito – promo+-o do acesso – alimenta+-o. Nesse sentido, tivemos bastante +xito com programas como o Bolsa Fam+lia, os restaurantes populares, as cozinhas comunit+rias, a alimenta+-o escolar. O importante + que as nossas a++es e projetos se tornem servi+os p+blicos permanentes.
ASACom -+Com rela+-o – reforma agr+ria, o+que j+ foi realizado nesse sentido e o que ainda precisa ser feito?
Crispim – Avan+amos pouco no assentamento das fam+lias acampadas, como era uma meta do Segundo Plano Nacional de Reforma Agr+ria, elaborado em 2004. De todo modo, houve avan+o na consolida+-o dos assentamentos existentes e no fortalecimento, nesses locais, do PAA. As metas n-o foram alcan+adas quantitativamente, por outro lado, houve um avan+o qualitativo na assist+ncia t+cnica, por exemplo. Ainda temos dois anos pela frente e + poss+vel buscar as metas de possibilitar o acesso a terra e condi++es de trabalho para os trabalhadores sem terra no Brasil.
ASACom – Qual a import+ncia da terra e da +gua para a produ+-o de alimentos, tendo em vista que grande n+mero de agricultores/as do Brasil est-o no Semi+rido, onde h+ concentra+-o de terra e de +gua?
Crispim – Todo peda+o de terra no Brasil deve cumprir sua fun+-o social: geradora de trabalho, emancipadora econ-mica, e que as fam+lias possam prover seu sustento. Tamb+m acreditamos que a agricultura familiar cumpre uma fun+-o estrat+gia, produzir alimentos + uma fun+-o p+blica elevada, superior. Reconhecemos a fun+-o social do campesinato e da agricultura familiar, reconhecemos que os agricultores t+m saberes e tecnologias para conviver com o Semi+rido, e, portanto, assegurar a soberania alimentar regional e nacional. Por isso, o governo deve reunir esfor+os para garantir esse direito + +gua e a terra e possibilitar o acesso – +gua para consumo e para produ+-o.
ASACom – Em 2009, a ASA est+ completando 10 anos. Que avalia+-o pode ser feita da atua+-o das organiza++es+sociais nessa +ltima d+cada?
Crispim – A ASA + um exemplo de como os movimentos sociais conseguem, com sua organiza+-o e sua for+a, transformar projetos em pol+ticas p+blicas. O Programa Um Milh-o de Cisternas hoje est+ no Plano Plurianual do governo, + uma a+-o na Lei Or+ament+ria Anual, tem recursos na ordem de 57 milh+es para cisternas e 47 milh+es para o P1+2. O Estado brasileiro + transformado com os movimentos como a ASA e outros que lutam pela agroecologia, pela economia solid+ria lutam para o Brasil achar seu caminho de uma na+-o soberana, justa. Os 10 anos da ASA, pela pauta que ela toca, a for+a que tem, a tecnologia pol+tico-social que ela produziu, v-o de fato colaborar para transformar a realidade do Semi+rido brasileiro.