Compromissos e avaliações marcam abertura da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

Cerca de 2 mil pessoas participaram na noite de ontem (03) da cerimônia de abertura da III Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que está sendo realizada na cidade de Fortaleza-CE, até a próxima sexta-feira (06).

Estiveram presentes no evento, entre outras autoridades, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias; a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef; o governador do Ceará, Cid Gomes; a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins; o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Francisco Menezes; e figuras importantes no combate à fome no Brasil, como a socióloga Anna Maria de Castro, filha do medico Josué de Castro; e Zilda Arns, presidente da Pastoral da Criança; além de delegações da sociedade civil dos 27 estados da federação.

Durante os discursos foram assumidos vários compromissos no sentido de assegurar o direito humano à alimentação a todos os brasileiros e brasileiras. Entre eles, a ampliação da merenda escolar para os estudantes de ensino médio, maiores investimentos na agricultura familiar e combate a desnutrição entre as populações indígenas e quilombolas.

No que diz respeito às estratégias que vêm apresentando resultados satisfatórios no combate à fome no Brasil, o presidente do Consea Nacional, Chico Menezes, destacou, entre outras iniciativas, o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC) da Articulação no Semi-Árido (ASA). +O P1MC é uma iniciativa que nasceu no seio da sociedade civil e foi acolhida pelo governo federal. Esse programa já construiu mais de 200 mil cisternas, contribuindo, assim, com a segurança alimentar de cerca de um milhão de pessoas que moram no Semi-Árido+, destacou.

Para Naidison Baptista, coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia e membro do Consea Nacional, a importância do P1MC se deve ao fato de que a iniciativa, pioneira no País, é primordial para a garantia ao direito humano à alimentação das famílias da região. +A gente não tem segurança alimentar se não tiver água. Essas pessoas tinham acesso à lama, à água podre, à água contaminada que gerava doença entre as famílias. O Programa Um Milhão de Cisternas […] tem esse ineditismo, que é de tecnologias de baixo custo, de tecnologias acessíveis e dominadas pela população, de um processo intenso de participação social e de um processo sério de construção+, detalhou.

Já o presidente Lula, que recebeu de uma agricultora uma cesta de produtos da agricultura familiar, destacou que, mesmo o Programa Fome Zero sendo visto por vários segmentos da sociedade como uma política assistencialista, ele é de fundamental importância para a garantia da segurança alimentar do povo brasileiro. +Quando nós lançamos o Fome Zero, em 2003, nós fomos execrados pela direita, execrados por determinados setores dos meios de comunicação e execrados por alguns setores da esquerda, que não entendem uma política de combate à fome como uma política social+, af