De agricultores familiares a multiplicadores da agroecologia
Vinte e cinco agricultores e agricultoras agroecológicos de seis municípios do semi-árido de Pernambuco e Rio Grande do Norte estão reunidos de hoje (8) até esta quinta-feira (10) no município de Umarizal (RN) para participar do terceiro módulo do Curso de Formação de Multiplicadores em Agroecologia, promovido pela Diaconia desde o ano passado. A agroecologia é uma ciência que promove o desenvolvimento sustentável do semi-árido tendo como princípio básico o respeito ao meio ambiente.
Nos três dias do curso, estão previstos momentos de intercâmbio de experiências e de análise da prática dos agricultores enquanto difusores da agroecologia. Em tese, esse terceiro módulo seria o último direcionado para a formação do grupo. +A forma como o processo de capacitação e acompanhamento dos agentes multiplicadores vai acontecer daqui para frente será um dos encaminhamentos dessa etapa+, explica Afonso Cavalcanti, técnico do Programa de Apoio à Agricultura Familiar (PAAF) da Diaconia.
O grupo é bastante diversificado quanto à experiência com agroecologia. Há agricultores com oito anos de dedicação e outros com dois. Todos são assessorados pela Diaconia e exercem o papel de multiplicadores de forma também distinta. Alguns têm acesso ao rádio e transmitem seus conhecimentos para um número grande de agricultores familiares da região. Como é o caso de Fernando Erb e João Cabelo. Ambos produzem e apresentam o programa Raízes do Campo numa emissora comunitária de Tuparetama (PE).
+Entrevistamos agricultores agroecológicos, divulgamos as três feiras orgânicas que acontecem na região do Sertão do Pajeú, discutimos assuntos como desenvolvimento sustentável, qualidade do ensino no campo, entre outros temas+, afirma Fernando Erb.
Outra comunicadora popular e agricultora agroecológica que está fazendo o curso é Eliane Dias, da Associação de Mulheres Agricultoras de Caboré e secretária da Associação dos Agricultores e Agricultoras Agroecológicos Oeste Verde. Ela apresenta o programa A Voz do Semi-Árido uma vez por semana na rádio comunitária do município de Lucrécia.
+Falamos para os agricultores que não acreditam na possibilidade de cultivar a terra de forma agroecológica e também falamos para os clientes da feira que fazemos parte+, conta ela.
Outros agricultores, por sua vez, agem como verdadeiros assessores técnicos de famílias que se interessaram pela agroecologia e querem aplicá-la na sua propriedade. É o caso de José Ivan Monteiro. Morador da comunidade Bom Sucesso, no município de Tuparetama (PE), a família dele é a única das 16 existentes que põe em prática as técnicas agroecológicas de manejo da água, da terra e das plantas.
Atualmente, ele acompanha duas famílias da comunidade vizinha chamada de Carnaúba. +As outras famílias da m