Um alerta para o uso excessivo de agrotóxicos

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Mais de 100 jovens agricultores de todas as regiões do Estado realizaram mobilização ontem, na Avenida Guararapes, Centro do Recife, para denunciar o uso abusivo de agrotóxico nos alimentos. Segundo pesquisa divulgada pelas entidades que organizaram o movimento, o Brasil ocupa, por cinco anos consecutivos, o título de país campeão mundial na utilização de agrotóxicos.

Os agricultores que participaram do ato, segundo a organização não-governamental Centro Sabiá, trabalham no campo com a agricultura agroecológica, sistema de cultivo de alimentos que não utiliza fertilizantes químicos e nem agrotóxicos e valoriza a diversidade da produção.

Durante a manifestação, que durou sete minutos, os participantes soltaram de cima de um dos prédios da avenida uma faixa de 20 metros de comprimento em que se lia: O que de fato nos alimenta?

Enquanto a faixa era exibida, foram distribuídas 600 cartilhas educativas sobre a importância do consumo de alimentos agroecológicos e 500 cestas com diversos produtos como milho, inhame, macaxeira, farinha, açúcar, coco, laranja, mamão. Tudo sem veneno.

Dois caminhões levados pelas ONGs para o local também se integraram ao protesto. Um com cestas agroecológicas e outro carregado de cana-de-açúcar. Na frente desse, os jovens encenaram a utilização de agrotóxicos com pulverizadores, máscaras e entrega de frascos simbolizando o veneno.

O professor de matemática Célio Oliveira, que passava pelo local, ficou impressionado com as informações divulgadas durante o ato. “Eu e a minha família não temos ideia do quanto consumimos de veneno e quando isso é prejudicial a nossa saúde. Agora, vou procurar me alimentar só de produtos sem agrotóxicos”, afirmou.

De acordo com Alexandre Pires, coordenador do Centro Sabiá, Pernambuco, além de ser um dos maiores produtores de alimentos agroecológicos do Brasil, é o Estado que mais possui o número de feira de produtos orgânicos do País, com 60 delas.

INTEGRANTES

Além do Centro Sabiá, a iniciativa contou com o apoio do Laboratório de Estudos sobre Espaço, Cultura e Política da UFPE (Lecgeo), do Núcleo de Agroecologia e Campesinato da UFRPE e da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos.

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