Seca encarece a feira dos pernambucanos
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A feira pesou no bolso do consumidor pernambucano em 2012. A cesta de hortaliças, por exemplo, estava 75% mais cara no último dia do ano, na comparação com a mesma data em 2011 (80% do que chega à nossa mesa é de produção nordestina). O grande motivo é a seca que atinge o Nordeste do País, considerada a pior dos últimos 50 anos. A previsão, caso não chova até março, é que os preços subam ainda mais.
É difícil estipular de quanto será o aumento, caso a estiagem continue. Afinal, tudo depende dos índices de precipitação que interferem na oferta e procura. O que se sabe é que não há perigo de desabastecimento.
Um item que chama atenção é a macaxeira. Quinze quilos no fim de 2011 custavam R$ 16,10. No fim de 2012, R$ 40,59, um aumento de 151%. “O Nordeste praticamente não está produzindo mandioca e macaxeira. Pernambuco teve uma quebra muito grande de plantio. Os itens estão vindo principalmente do Paraná. Se não chover, a tendência é de alta dos preços. Trazer produtos de longe custa caro”, analisa o presidente da Ceasa em Pernambuco, Romero Pontual.
“Frutas que dependem de muita água, como a melancia, também estão sofrendo. O tomate, que já vinha em crise como reflexo de alterações climáticas severas, em quase todas as regiões, continua num processo inflacionário, mesmo que mais leve”, complementa.
No caso do feijão carioquinha (o mais utilizado), que já subiu, em média, 17,11%, o cenário é bem oscilante, consequência das dificuldades dos produtores na comercialização das safras dos últimos anos com preços muito baixos e variáveis, desestimulando o plantio e acarretando uma migração para culturas mais rentáveis, como soja e milho.
Com relação ao frango, os preços subiram por causa da seca no Brasil e nos Estados Unidos. Sem milho e sem soja, o animal fica sem ter o que comer. Os ovos, consequentemente, também estão mais caros. Para se ter ideia, a tonelada da soja subiu de R$ 600 para R$ 1,2 mil. A saca de 60 kg de milho, de R$ 35 para R$ 50.
Se não chover, a tendência também é de aumento no preço dos laticínios. “Ter vaca voltando a produzir é uma questão que preocupa. Leva tempo. De oito anos para cá, a produtividade da bacia leiteira de Pernambuco deu um belo salto. Chegamos a produzir 2,5 milhões de litros por dia. Hoje estamos em apenas 1,7 milhão”, diz Pontual.
Em relação à carne, os preços subiram apenas 0,36%, ou seja, ficaram praticamente estáveis. “O bovino, de modo geral, não subiu. O Nordeste não possui capacidade de corte. Isso acontece mais em Minas Gerais, Maranhão, Goías. As chuvas nesses locais foram boas, então as pastagens também”, comenta o presidente da Ceasa.
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