Em 2013, estiagem deve ser pior que a deste ano

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Se o atual modelo climático, que indica a aproximação do fenômeno El Niño, for confirmado, provavelmente 2013 será um ano de seca pior que a deste ano, é o que revela o metereologista Emanuel Teixeira, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semar).

“Somente em junho é que podemos ter uma previsão mais definida em relação ao El Niño. Hoje há um forte indício para que 2013 seja um ano seco, mas pode mudar”, explica o metereologista.

Já a previsão para os próximos dias mostra que o cenário de seca que atinge 33 cidades alagoanas há mais de seis meses pode mudar. As chuvas devem cair entre os meses de maio e junho, mas serão insuficientes para encher açudes. “As chuvas serão abaixo do esperado no Agreste e Sertão de Alagoas, e normal no litoral e Zona da Mata. As chuvas serão boas para as plantações, porém não terão intensidades para encher os açudes”, reafirma Teixeira.

De acordo com o meteorologista, até quarta-feira não há previsão de chuva.

PLANO DE AÇÃO

Os municípios alagoanos atingidos pela seca, que já dura mais de seis meses, contarão com o apoio dos governos federal e estadual, por meio de uma ação conjunta. Ontem, chegou a Alagoas um representante do Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastre (Cenad), da Defesa Civil Nacional, que juntamente com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil fará um levantamento da situação das 14 cidades que já decretaram situação de emergência por causa da estiagem.

O levantamento das necessidades de cada cidade atingida pela seca será encaminhado ao Governo Federal. “A ação conjunta será permanente para garantir aos municípios serviços de reforço como carro-pipa, cestas básicas e outros auxílios necessários aos moradores destas localidades”, explica o representante do Cenad, José Oliveira Joaquim.

Todos os municípios alagoanos que estiverem sofrendo com a seca terão o apoio dos governos, é o que diz o secretário executivo da Defesa Civil em Alagoas, tenente-coronel Gilson Romero. “Apoiaremos também outros municípios que estão em situação semelhante, mas ainda não decretaram estado de emergência. Até o momento, a nossa equipe trabalha com 33 cidades que estão sofrendo com a estiagem”, pontua.

Prefeitos se reúnem com governador

Os prefeitos das 33 cidades atingidas pela seca, representantes da Defesa Civil Estadual, do Centro Nacional de Gerenciamento de Risco e Desastre (Cenad) da Defesa Civil Nacional, representantes do setor produtivo rural, bancos, conselhos estaduais, entre outros, vão se reunir na quarta-feira com o governador Teotônio Vilela Filho, no Palácio República dos Palmares, para definir as ações de combate aos efeitos da estiagem no Estado.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, os agricultores familiares, apesar de já terem recebido as sementes, aguardam as chuvas para iniciarem o plantio.

“No Semiárido alagoano as principais culturas são o feijão e o milho, mas precisam de chuva”, disse. “Outra atividade que sofre com os efeitos da estiagem é a pecuária de leite, porque o gado vai ficando sem alimento. Por isso, temos que adotar ações emergenciais para atender a esses produtores”.

Uma das ações já aprovadas pelo governo Federal foi a criação de uma linha de crédito emergencial em condições especiais para o setor produtivo do Semiárido. A medida foi definida pelo Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Condel/Sudene) em reunião ocorrida na semana passada, com a presença do governador de Alagoas e beneficia estados afetados pela seca. Outra medida confirmada na reunião foi a assinatura de termos de cooperação técnica do Programa Água para Todos.

CHUVAS

Além da seca que atinge 33 cidades do Estado, outra preocupação da Defesa Civil é em relação aos municípios que sofrem com o período chuvoso. O órgão também realiza um plano de ação para estas cidades. Na próxima sexta-feira, haverá uma reunião com representantes municipais de União dos Palmares para a realização de um simulado com a comunidade, que aprenderá os procedimentos necessários em caso de emergência. “O objetivo é ensinar a comunidade como agir em casos de cheias ou outros problemas decorrentes das fortes chuvas”, explica Gilson Romero, secretário executivo da Defesa Civil. (A.T.)

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