Vai chover menos do que a média no Estado

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, Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe) estima redução de 25% nas precipitações para os três primeiros meses deste ano. O índice varia de 200 a 300 milímetros em Pernambuco

A previsão é de chuvas abaixo da média para o próximo trimestre, em Pernambuco, conforme boletim divulgado esta semana pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe). A redução estimada é de 25% no índice normal, que varia de 200 a 300 milímetros, no período, em todo o Estado.

O informe mostra, ainda, a probabilidade de veranicos, que são interrupções na distribuição da pluviosidade, em fevereiro, março e abril. Como esse trimestre é o que concentra mais chuvas no Semiárido, o fenômeno pode interferir negativamente em culturas que dependem mais de água, como o milho.

Uma maior evaporação, em função do aumento previsto da temperatura, também é preocupante para a agricultura de sequeiro, informa Francis Lacerda, coordenadora do Lamepe, órgão ligado ao Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep). Os termômetros têm registrado de 2 a 3 pontos além da média, que é oscila entre 26 e 30 graus.

“Em Afogados da Ingazeira (Sertão), Vitória de Santo Antão (Zona da Mata) e Itaíba (Agreste), em janeiro, a temperatura atingiu 39 graus”, informa Francis. E, quanto mais intenso o calor, mais umidade o solo perde para a atmosfera.

A mudança no comportamento climático do Estado, segundo o Lamepe, está associada a dois fenômenos globais: la niña e dipolo atlântico, além da elevação da temperatura da superfície do mar no Oceano Atlântico. “Nessa época do ano, a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do oceano Atlântico é determinante para definir a previsão de chuvas no trimestre”, explica Francis.

A meteorologista esclarece que a porção norte do Oceano Atlântico se encontra mais aquecida que a parte sul, o que tecnicamente é chamado de dipolo desfavorável do Atlântico, condição que colabora para a redução de chuva no período. Ela lembra que, se a parte sul estivesse mais aquecida, o cenário seria chuvoso. “E, associado aos efeitos da la niña que favorecem as precipitações nos Estados nordestinos, o índice no trimestre seria bem acima da média”, destaca.

Mesmo com o prognóstico de chuvas abaixo da média para o trimestre no Estado, o Lamepe diz que para o restante de janeiro e o mês de fevereiro ainda podem ocorrer pancadas de chuvas em Pernambuco, principalmente em alguns municípios sertanejos, entretanto, com alta variabilidade temporal e espacial. A justificativa é a atuação de sistemas atmosféricos transientes, comuns nessa época do ano na Região Nordeste, a exemplo do vórtice ciclônico.

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