Agricultores e agricultoras lançam carta e conclamam a ASA a intensificar a luta contra o atual modelo de produção de energia no Semiárido

"Defendemos a agroecologia e a produção descentralizada, comunitária e popular de energia", diz o documento.

Lívia Alcântara

Como resultado da Oficina de Energia Renovável, que aconteceu dentro da Programação do X Encontro Nacional da Articulação Semiárido Brasileiro (EnconASA), na quarta-feira (20), agricultoras e agricultores do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Minas Gerais lançaram a Carta Aberta aos Povos dos Semiáridos.

O documento denuncia o modelo energético em curso, apontando este como a principal ameaça ao projeto de convivência com o Semiárido que vem sendo construído pela ASA há 25 anos.

“Se estávamos construindo um Semiárido próspero e digno, o que já encontramos em muitos territórios são cisternas rachadas; mulheres violentadas e voltando a carregar água; produção de alimentos reduzida pelos efeitos ambientais dos grandes projetos; jovens sem opção ou oportunidades de produzir, perda de direitos, incluindo os previdenciários; famílias inteiras adoecidas; casas abandonadas; comunidades e o campo esvaziados; aumento da periferia das cidades com o deslocamento de famílias inteiras refugiadas da destruição ambiental; aumento da miséria e da fome, e a ameaça à soberania e segurança alimentar e nutricional dos povos do semiárido”, relatam agricultores e agricultoras na carta.

O coletivo conclama toda a Rede da ASA a criar frentes de resistência a esse modelo. Como alternativa, defendem “agroecologia e a produção descentralizada, comunitária e popular de energia como caminhos possíveis para enfrentamento da crise climática”.

O X EnconASA acontece desde segunda-feira (18), nas cidades de Piranhas (AL) e Canindé de São Francisco (SE) com o tema “Semiárido vivo: por justiça socioambiental e democracia participativa”. O encontro tem o apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), da Prefeitura Municipal de Piranhas, da Cáritas Francesa e patrocínio da Fundação Banco do Brasil.

Clique aqui e leia a Carta Aberta aos Povos do Semiárido na íntegra.

Fotos: Giovanna Revoredo.

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