Cuidando da água

Compartilhe!

O governo federal está criando quatro novas estatais para tocar obras estruturadoras contidas no PAC. Uma para o trem-bala, outra para comandar o Plano Nacional da Banda Larga; uma terceira que vai tratar das mudanças nas operações da malha ferroviária; e a que ficará responsável pela operação da transposição do rio São Francisco.

Ao invés, porém, de serem vistas e criticadas como um surto estatizante, as novas empresas devem ser creditadas à necessária proteção das riquezas nacionais. A última – denominada provisoriamente de Água de Integração do Nordeste Setentrional – Agnes -, particularmente. Ela diz respeito diretamente ao Nordeste e deve despertar o governo para a necessidade de cuidar diretamente de bem estratégico e sobre o qual nenhum país sério abre mão: a água.

Nascida debaixo de intenso tiroteio, críticas dos ambientalistas, desconfianças generalizadas e brigas paroquiais dividindo os próprios estados nordestinos, a chamada transposição do Rio São Francisco deve ser encarada como obra positiva. Não apenas porque prevê levar água a 12 milhões de sedentos através de 600 quilômetros de canais no semiárido, mas e principalmente, porque cria nova cultura sobre o uso racional e a preservação ambiental do rio. Quando o mundo se mostra justamente preocupado com as mudanças climáticas e o desabastecimento de água, zelar pelo São Francisco, proteger as margens e evitar a constante poluição é a melhor maneira de cuidar do ambiente e de justificar cada centavo dos R$ 6,6 bilhões que estão sendo investidos. E é isto o que a nova estatal deverá fazer.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *