Seca na Zona Rural provoca efeitos devastadores
Caro Carlos Britto,
É preocupante a situação do povo da zona rural do município por causa da estiagem e dos seus efeitos. Em decorrência dos baixos índices pluviométricos registrados este ano, os reservatórios hídricos estão secos ou com pouquíssima água, imprestável para o consumo humano, mas ainda servindo de alento, em algumas localidades, para os animais.
O programa de abastecimento de cisternas (Operação Pipa) do Exército não vem atendendo regularmente os beneficiários, por falta de recursos, e burocracia demasiada. Em conversas, neste domingo (ontem), com alguns moradores da zona rural de Rajada, fui informado de que algumas famílias cadastradas no programa estão há quase dois meses sem receber o precioso líquido, e o pior é que não se tem informações concretas da regularidade da situação.
Enquanto não surge uma solução para o caso, muitas pessoas estão tendo que recorrer naquela região, à água salobra da barragem de Barra Franca, tanto para consumo humano como animal, pois, se quiserem água do Canal, terão que desembolsar em torno de R$ 200,00 por um pipa d’água (cerca de 8.000 litros).
A situação só não está ainda pior porque o Governo do Estado, através do IPA, está atendendo muitas famílias por todo o interior do município, mas com limitações de quilometragem.
Como estava na roça neste final de semana, fiz o registro fotográfico da situação de algumas aguadas na região de Baraúna e Cabaceira, para que os leitores do seu blog e as autoridades competentes possam ter uma noção do que está passando a população rural do sequeiro. Inclusive, encontramos porcos dentro de uma das principais fontes de abastecimento daquela área (Galeria) próxima a barragem da Alegria/Cabaceira, que serviu, até pouco tempo, como fonte de captação d’água de boa qualidade para abastecimento de centenas de cisternas das localidades adjacentes.
Além da regularização do abastecimento das cisternas, é preciso, urgentemente, que a Prefeitura Municipal promova uma operação de limpeza das barragens, açudes e aguadas públicas para que esses reservatórios possam acumular muito mais água no período chuvoso, que ninguém sabe quando começará ou se haverá.
Até lá, resta-nos orar a Deus para que mande Suas bênçãos em forma de chuva e aguardar a vontade política dos homens de “boa vontade”.