Para enfrentar o aquecimento
As prefeituras dos 2.242 municípios do Norte e Nordeste do Brasil estão preparadas para os efeitos do aquecimento global? Para produzir este diagnóstico, um grupo de estudiosos da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) realizou a pesquisa Medidas de adaptação local ao aquecimento global. O levantamento resultou em sete recomendações que serão enviadas a todas as prefeituras das duas regiões, visando subsidiar políticas públicas adequadas para enfrentar o problema.
Inicialmente, os pesquisadores da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj, Adriano Dias, Carolina Medeiros e Marcos Lucena, enviaram um questionário, por e-mail. Com as respostas de algumas prefeituras, prepararam relatório preliminar do que já é feito nesses locais. Em novembro do ano passado, convidaram representantes para uma oficina no Recife. Do encontro, surgiram propostas e mais dados.
“Nosso objetivo era estudar como se encontra o estado de conscientização das autoridades municipais sobre o aquecimento. Percebemos que existe uma preocupação, mas as iniciativas ainda são confusas”, explica a pesquisadora Carolina Medeiros. Segundo ela, a maioria se restringe às ações para tratar a mitigação (atenuação dos efeitos), não dando atenção às medidas de adaptação.
“Tentar diminuir a emissão de gás carbônico e plantar árvores são ações muito importantes, mas o aquecimento já está nos trazendo problemas reais. É necessário construir reservatórios para guardar água durante todo o ano, adequar a infraestrutura dos municípios, treinar e capacitar a Defesa Civil etc.”, comentou. “A adaptação permite conviver bem, ou, ao menos, sobreviver nos novos climas que o aquecimento global for trazendo”, destaca a pesquisa.
Outra recomendação focou a educação ambiental nas escolas. De acordo com a pesquisa, estuda-se mais sobre o meio ambiente de outras regiões. “Isso precisa mudar, seja por meio de aulas, palestras ou atividades extracurriculares. A conscientização da natureza local é imprescindível para combater os efeitos do aquecimento”, afirmou a pesquisadora.
As Regiões Norte e Nordeste foram escolhidas para o estudo porque abrangem parte da maior floresta tropical do mundo e o semiárido mais densamente povoado. “Esperamos que as prefeituras possam se programar e atuar de forma mais planejada”, finalizou Carolina Medeiros.
Para ter acesso à pesquisa completa, basta solicitar cópia à secretaria da Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia da Fundaj: (81) 3073-6522.