Autoridades restringem área de desertificação ao semiárido do Nordeste
O sistema de alerta de desertificação, anunciado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vai ignorar áreas desertificadas fora do Nordeste brasileiro. Os alertas de períodos secos que se avizinham e de formação de bancos de areia por causa da exploração intensa do solo devem começar a ser emitidos no início de 2011, exclusivamente para a região do semiárido. É essa região onde, conceitual e oficialmente, estão as áreas desertificadas no Brasil. Mas, nas regiões Centro-Oeste e Sul, centros de pesquisa independentes do governo já confirmaram ocorrências de desertificação. Em Goiás, os bancos de areia somam 7,5 mil hectares. No Rio Grande do Sul, chegam a 6,5 mil hectares.
Somente os areais nos dois estados, formados em terrenos de solo frágil e altamente explorados pela soja, em Goiás, e pelo eucalipto, no Rio Grande do Sul, equivalem a área de 875 estádios de futebol de porte médio. Nos dois estados, pesquisadores, governos e produtores rurais buscam uma solução para essas terras, que se tornaram improdutivas depois de décadas de monocultura.
A suscetibilidade dos pampas gaúchos e do cerrado à desertificação não aparece no mapa oficial das áreas vulneráveis no Brasil, concluído em 2007 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). Fazem parte desse mapa os nove estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. Ao todo, 30 milhões de brasileiros vivem nesses locais e podem enfrentar escassez de água, períodos de seca severa e dificuldades econômicas em decorrência dos processos de desertificação.
Fonte: Correio Braziliense