Semiárido do Nordeste terá chuva abaixo da média este ano

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SÃO PAULO – As águas mais quentes nos Oceanos Pacífico e Atlântico – o primeiro está 2,5 graus acima da média, o segundo, 2 graus – devem deixar o semiárido do Nordeste brasileiro mais seco este ano. Nos últimos dois anos, as chuvas ficaram acima da média no inverno, período de chuvas que vai de janeiro a maio. Açudes transbordaram e houve enchentes. Neste ano, as chuvas estão esparsas, irregulares e devem ficar, entre março e maio, cerca de 30% a 40% abaixo da média, afetando a agricultura e a pecuária.

Esta é a previsão de consenso dos meteorologistas, que estiveram reunidos em Natal na quinta e sexta-feira passadas, debruçados sobre a análise para o trimestre de março a maio.

José Ueliton Pinheiro, meteorologista da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte, afirma que é difícil estimar a seca, mas é fato que a Zona de Convergência Intertropical, responsável pela chuva no semiário nordestino, não está favorecida este ano.

– Vai atuar, mas não fortemente – explica.

O semiárido nordestino se estende pelos estados do Ceará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e extremo norte da Bahia. No Rio Grande do Norte, abrange 93% do território. Praticamente, ficam de fora apenas as faixas litoranêas.

Nos últimos dois anos as chuvas foram 40% acima da média. Este ano, mesmo com um volume menor, as chuvas ainda podem provocar o transbordamento de açudes, pois boa parte deles está com 70% da capacidade de armazenamento de água. Pinheiro explica que a irregularidade até maio pode justamente fazer com que chova demais num dia, alternando com vários dias secos. A distribuição espacial também está alterada, podendo chover muito mais numa área do que em outra.

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