Índia promete reduzir emissões em até 25%
NOVA DÉLI – A Índia pretende reduzir significativamente suas emissões de dióxido de carbono no decorrer da próxima década, anunciou ontem o ministro indiano do Ambiente, Jairam Ramesh. A promessa de reduzir entre 20% e 25% as emissões de poluentes por unidade de PIB vem à tona apenas alguns dias antes de líderes mundiais começarem a se reunir na Dinamarca para discutir um pacto climático global capaz de substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
O anúncio da meta indiana ocorre dias depois de a China ter-se comprometido a diminuir entre 40% e 45%, até 2020, suas emissões de gás carbônico por unidade de PIB. A divulgação da meta chinesa aumentou a pressão sobre Nova Déli para que apresentasse um plano próprio para as negociações climáticas. Em discurso perante o Parlamento, Ramesh disse que a meta de redução é um compromisso interno e não tem força de lei. “A Índia é o quinto maior emissor de dióxido de carbono do mundo, com 4,7% das emissões mundiais”, disse Ramesh.
Para alcançar seu objetivo, o governo indiano vai introduzir padrões obrigatórios de eficiência de combustível em 2011, códigos de construção para maior eficiência energética e desenvolver tecnologia mais limpa em usinas de energia movidas a carvão, segundo Ramesh.
A Índia anunciou previamente o plano de construir uma usina de energia solar com capacidade de produzir 20 mil megawatts até 2022.
Os cientistas advertem para a mudança climática potencialmente catastrófica caso a média da temperatura global suba mais de 2ºC, tendo como base os índices anteriores à era industrial. Pare evitar que isso aconteça, as emissões de gases de efeito estufa deveriam chegar ao ápice nos próximos anos e cair rapidamente até a metade do século, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vencedor do Prêmio Nobel.
ACORDO
As negociações em Copenhague têm como objetivo chegar a um novo acordo para desacelerar as emissões de gases de efeito estufa. Mas uma questão central é como dividir a responsabilidade pela redução da emissões em termos globais. Países em desenvolvimento dizem que não deveriam ser forçados a se comprometer com metas de redução.
Na semana passada, a China prometeu cortar sua “intensidade de carbono” em 40% a 45% até 2020. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também prometeu, na semana passada, reduzir as emissões absolutas em 17% até 2020.