A luta contra os dramas da seca no nordeste brasileiro

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Ano após ano, o drama nordestino, contado em verso, prosa, no cinema e no teatro, faz-se presente no quotidiano de milhões de pessoas que vivem no sertão brasileiro.

USP

Brasília – Ano após ano, o drama nordestino, contado em verso, prosa, no cinema e no teatro, faz-se presente no quotidiano de milhões de pessoas que vivem no sertão brasileiro. Já não com a violência vivida noutros tempos, mas mesmo assim dramática.

A seca, o período de estiagem que todos os anos flagela muitos milhares de famílias das regiões áridas e semiáridas dos estados do nordeste do país, é fonte de dramas e também de enriquecimento dos detentores da chamada «indústria da seca», apesar das 700 mil cisternas construídas nos últimos dez anos.

Ano após ano, os governos, em todos os níveis, dos federais e dos estados aos executivos municipais, prometem obras e iniciativas mil que tornem menos difícil a vida dos sertanejos, tão bem contada nas prosas de autores como Graciliano Ramos (1892-1953), Rachel de Queiroz (1910-2003), João Guimarães Rosa 1910-2002) ou do poeta João Cabral Melo Neto (1920-1999), entre muitos outros, ou ainda nas imagens do cineasta Ruy Guerra (1931), nascido em Moçambique.

Para o coordenador da rede de ONG Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Antônio Gomes Barbosa, o que acontece «não é um problema da natureza, mas um problema político. É preciso construir cisternas, barragens subterrâneas, armazéns para alimentos e casas de semente. Se tivesse estrutura, a seca teria passado despercebida. Construir a infraestrutura hídrica necessária é barato. Construir um milhão de cisternas é garantir água para todos ao custo de um quarto do que está sendo investido na transposição do Rio São Francisco», como declarou à Agência Brasil.

A famosa “indústria da seca”, já praticada quando o Brasil era colónia, ainda persiste. O negócio do fornecimento de água para as necessidades básicas de sobrevivência desses moradores das terras mais pobres do Brasil e, sobretudo, os desvios de recursos e a corrupção continuam a fazer parte da realidade.

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