Projeto de reutilização de água coordenado pelo MDA é destaque no Globo Rural
Sistema que visa reaproveitar a água no semiárido, o Bioágua Familiar foi destaque no programa Globo Rural desse domingo, 15. A ação faz parte do Projeto Dom Helder Câmara, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA). A matéria exibiu detalhes da implantação e manejo do Bioágua, sistema biológico de reutilização de água, implantado no município de Olho D’Água do Borges, no Rio Grande do Norte.
O Bioágua vem se desenvolvendo desde 2009, quando a primeira casa recebeu o sistema. O projeto é resultado de uma parceria entre o Projeto Dom Helder Câmara, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Fida) e Global Environment Facility (GEF); a Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa); a organização não governamental Assessoria, Consultoria e Capacitação Técnica Orientada Sustentável (Atos); e três famílias agricultoras do Território do Sertão do Apodi (RN).
O projeto do Bioágua Familiar apresenta uma significativa contribuição socioeconômica e ambiental para as famílias agricultoras da região semiárida brasileira. Ao mesmo tempo que resolve o problema de poluição ambiental, a água cinza, o projeto promove a segurança alimentar por meio da produção de alimentos com o uso agrícola da água pós-tratada pelo filtro biológico.
Avanço – “É inegável que nos últimos dez anos a região semiárida brasileira tem passado por significativo avanço na oferta de água para o consumo doméstico, especialmente a água para beber e cozinhar”, afirmou o diretor do Projeto Dom Helder Câmara, Espedito Rufino. “Um exemplo desse avanço é que só o Programa Um Milhão de Cisternas Rurais (P1MC), implantado pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA) com apoio do governo federal, já construiu cerca de 400 mil cisternas”, conta. Rufino ressaltou que, além desse programa, vários estados e projetos governamentais, como o Projeto Dom Helder Câmara, têm seus próprios programas de construção de cisternas rurais.
Para atender às diferentes demandas por água das famílias desta região, porém, ainda há muito por fazer. “No que concerne a água para uso produtivo, é preciso se utilizar de diferentes estratégias de captação e armazenamento de água de chuva, bem como de uso sustentável das águas contidas nos aquíferos”, esclareceu Espedito. Para ele, entre as estratégias, não se pode prescindir de tecnologias de reutilização da água, pois a presença de umidade no solo é sempre motivo de ampliação das possibilidades de fortalecimento dos agroecossistemas de gestão familiar, sobretudo aqueles que estão em situações de vulnerabilidade diante das secas.