Além da vida seca
Dos três canteiros de Antonieta, apenas um está produzindo mudas. Foto: Paula Filizola Picos (PI) — Dois mil e doze. Para famílias do semiárido nordestino o ano ficará marcado por uma das piores secas da história. Entretanto, o drama de retirantes descrito no romance da literatura nacional Vidas Secas, publicado em 1938 pelo escritor alagoano Graciliano Ramos, não é mais tão presente. O abandono de residências é bem menos frequente e a população não precisa migrar para sobreviver à estiagem.
Apesar de melhorias e de estarem acostumados com o fenômeno, que é cíclico, 2012 será recordado com tristeza. Até o momento, 1.187 municípios tiveram a situação de emergência decretada pelo governo federal. Mesmo quem já viveu para contar períodos históricos da estiagem, caso da aposentadaMaria Francisca de Carvalho Costa, 74 anos, não hesita em garantir que passa agora pelo momento mais severo. “Já vi duas grandes secas, mas não como essa. Não choveu de jeito nenhum.” E ela sabe que 2013 será pior, pois sem chuva as famílias não conseguiram plantar nada para colher no ano que vem. Levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que as perdas das culturas de milho, feijão e arroz superam 80%.
Matriarca de uma família de 11 pessoas, Maria Francisca reclama da falta de água. Moradora da comunidade Deserto, no município rural de Massapê, a 388km de Teresina (PI), ela conta que a última chuva forte que “deu para encher as cisternas” foi em novembro do ano passado. O normal da região são oito meses sem precipitações. Porém, este ano, ainda não caiu uma gota.
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