Boas práticas de manejo sustentável do ambiente semiárido e de seus recursos naturais pauta painel

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Salvador-BA – Em painel sobre práticas de manejo sustentável no semiárido, diretor da INSA, Salcedo, fez questão de citar conselhos do Padre Cícero

Há mais de cem anos, quando ninguém falava em ecologia, Padre Cícero pregou no sertão nordestino mandamentos que hoje são considerados palavras de consciência ambiental. No terceiro painel desta quinta-feira(15), o diretor do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Ignacio Salcedo, lembrou dos conselhos sábios para os sertanejos que tratavam de conservar o sertão para ele não virar um deserto só.

Com o tema – Boas práticas de manejo sustentável do ambiente semiárido e de seus recursos naturais – cinco especilistas de diferentes orgãos esboçaram experiências e desafios para a realidade do semiárido. Salcedo parafraseou Padre Cícero. “Não toque fogo, não cace, faça cisterna, plante cada dia uma árvore, aprenda a tirar proveito da caatinga…se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo ter sempre o que comer”.

Enquanto nos dias atuais a desertificação aumenta, o representante da Embrapa José Nilton apontou o desafio de superá-la com conhecimento. “A recuperação da vegetação nativa é lenta, demora cerca de 13-15 anos. As vezes nos perguntam por que optamos pelo manejo florestal com eucalipto, mas o processo é ágil”, destacou o chefe adjunto de transferência de tecnologia que alertou sobre o aumento da desertificação na caatinga,especialmente na Bahia e Ceará.

O consultor do IICA Gertjam Beekmam aproveitou para citar a Agenda 21 e os Objetivos do milênio da ONU. Segundo ele, o primeiro é importante, pois estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, ONGs e todos os setores da sociedade poderiam cooperar para os problemas sócio-ambientais. “Temos que considerar sempre a Agenda, assim como o prjeto da ONU que analisou os maiores problemas mundiais, como a pobreza e a água. No Nordeste 2.200 domicílios rurais não dispõem de água com boa qualidade”, observou.

Experiências

Para tratar de algumas experiências o representante da Articulação no Semiárido Brasileiro(ASA) Luciano Silveira e a professora da Universidade Camponesa Luciana Cantalice apresentaram projetos que criaram alternativas para os problemas da região. No ASA, Luciano tratou das 352 mil cisternas construídas no Nordeste por meio do Programa de Formação e Mobilização Social para o Convivência com o Semiárido.

“A ideia é aumentar a capacidade dos agricultores e ativar redes entre os municípios que mostre que o problema é comum para gente poder criar novas experiências”, revelou. Já Luciana contou sobre o UniCampo. “São jovens e lideranças que participam do projeto de extensão, no qual une a ciência e o saber local. “Criamos um fogão solar que impressionou muita gente”.

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