Encontro de Sementes começa com críticas ao uso de agrotóxicos

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A aplicação de agrotóxicos, defensivos agrícolas, adubos químicos e os chamados “pacotes tecnológicos” foram criticados durante a abertura do II Encontro de Sementes do Semiárido, na noite desta quarta-feira (6), no Hotel Matsubara, em Maceió.

Os participantes defenderam o uso de sementes nativas de cada região, conhecidas como sementes crioulas, sementes da resistência ou sementes da paixão, e a prática da agroecologia e do cultivo com sustentabilidade.

“Queremos a preservação, o melhoramento e a multiplicação de sementes de variedades locais, que garantem renda ao agricultor, dão segurança na hora do plantio, não carecem do uso de agrotóxicos”, frisou Mardônio Alves, coordenador da Articulação do Semiárido (ASA) em Alagoas.

Segundo ele, o Encontro, que segue até esta sexta-feira (8), vai resultar na formulação de propostas de políticas públicas de sementes voltadas para a agricultura familiar. “Vamos promover aqui a troca de experiências, pois todos os Estados do Nordeste estão representados, além de Minas Gerais, e queremos fortalecer a articulação entre as redes de sementes do Semiárido”, destacou.

A abertura do evento foi acompanhada por técnicos da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), pela superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar, Inês Pacheco, e pelo secretário Jorge Dantas.

“Esse é um espaço legítimo para troca de idéias, para debater a questão das sementes crioulas. que já são adaptadas a cada região. Para fortalecer o uso desse tipo de sementes, estamos fortalecendo e implantando 600 bancos comunitários em todas as regiões do Estado. Para isso, já realizamos 300 capacitações com os agricultores e outras 300 já estão em andamento”, salientou o secretário Jorge Dantas.

Agricultura – Após uma dramatização teatral sobre as conseqüências do uso de “pacotes tecnológicos” para a agricultura familiar, foi realizada uma mesa de discussões sobre as sementes e o patrimônio genético das comunidades rurais.

De acordo com Ana Carolina de Almeida, da Organização de Direitos Humanos Terra de Direitos, que levantou dados sobre o uso de sementes transgênicas e de agrotóxicos, para a safra 2010-2011, o Brasil possui 25,8 milhões de hectares plantados com sementes modificadas geneticamente. No total, o país cultiva 28 tipos de sementes transgênicas, a maioria de milho, soja e algodão.

“Ainda assim, o uso dos transgênicos não tem conseguido acabar com a fome no mundo, como foi dito inicialmente. Segundo a FAO, um bilhão de pessoas ainda passam fome”, citou.

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