Campanha Tenho Sede garante a construção de cisternas no Maranhão

Os equipamentos de 16 mil litros estão sendo implantados no município de Codó, a mais de 300 km de São Luís
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A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), por meio da Campanha Tenho Sede, deu início à implantação de mais duas cisternas, dessa vez no município de Codó (MA), Região dos Cocais, a mais de 300 km de São Luís. A tecnologia social vai garantir que as famílias beneficiadas tenham acesso à água potável e passem a conviver com dignidade, sobretudo, nos períodos de estiagem.

Essa transformação começa antes mesmo da cisterna ficar pronta para armazenar até 16 mil litros de água da chuva. Desde o processo de escolha dos quintais onde serão construídas até a manutenção dos equipamentos, a comunidade é convidada a participar. Assim, democraticamente, todos e todas passam a ser parte e a compreender a importância da convivência com o Semiárido.

Em Codó, é a Associação Libertadora (Assolib) que, como integrante da rede ASA no Maranhão, acompanha esse trabalho. Após realizar a plenária que definiu quais seriam as famílias contempladas, a organização está promovendo um curso para formar pedreiras e pedreiros na região. A capacitação permite que a população local construa, gerencie e preserve as cisternas.

Para Conceição de Maria Coqueiro Muniz, presidente da Assolib, o sentimento é de gratidão pelo desafio vencido. “Falo desafio porque nunca tinha trabalhado com construção de cisternas, nunca tinha acompanhado o trabalho de outras pessoas, por isso sou grata a Deus. Iniciei o trabalho com garra, coragem e determinação com a colaboração da comunidade e deu tudo certo”, comemorou.

A agricultora Elene de Jesus é uma das beneficiadas com a implantação das cisternas que vai atender famílias da Comunidade Sabiazal. “Agradeço a ASA que vem trazendo essa cisterna para cá, porque aqui na nossa comunidade a dificuldade é muito grande, a água é escassa. Sem água a gente não pode fazer nada e, por isso, estou muito feliz com esse benefício que vai trazer oportunidades também para outras pessoas aqui dessa região”, afirmou.

Barata, eficiente e necessária

A cisterna é considerada de baixo custo, pois ela é feita de placas de cimento pré-moldadas confeccionadas por pessoas da própria comunidade. Cada equipamento custa em média R$ 6 mil.

O funcionamento dessa tecnologia social é outra vantagem, já que ela capta água da chuva que escoa por meio de calhas instaladas no telhado da casa ou da escola. Cada cisterna tem volume suficiente para abastecer uma família de até cinco pessoas com água para beber e cozinhar durante 8 meses.

A Campanha Tenho Sede já favoreceu a construção de mais de 1,2 milhão de cisternas no Semiárido Brasileiro, que inclui a região Nordeste e parte do estado de Minas Gerais, em parceria com o Governo Federal e a sociedade civil. No entanto, com o desmonte das políticas públicas nos últimos seis anos, no Brasil, a demanda por novas cisternas cresceu e há um déficit de 350 mil cisternas de primeira água (P1MC) e de 70 mil de segunda água (P1+2).

As cisternas de primeira água são aquelas construídas para o consumo humano, a exemplo das que estão sendo implantadas no município maranhense de Codó. Já as de segunda água, garantem recursos hídricos para a irrigação de lavouras orgânicas e a criação de animais de pequeno porte, favorecendo a segurança alimentar e a geração de renda no campo.

Como ajudar?

A Campanha Tenho Sede permite que qualquer pessoa, do semiárido ou não, ajude a construir cisternas e assim levar água a quem mais precisa. Acessando o site tenhosede.org.br é possível escolher a forma de doação entre pagamento via PIX, boleto bancário ou cartão de crédito, e se a contribuição será única, mensal ou anual.

Os moradores dos estados do Ceará e de Pernambuco ainda contam com a opção de doar por meio da conta de água. Nessa modalidade, o doador escolhe o valor fixo e a cobrança ocorre diretamente na fatura enviada pela companhia estadual de abastecimento.

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