Juazeiro (BA) e Petrolina (PE) reagem em defesa de direitos negados pelo governo federal
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Na metade do quinto mês do atual governo federal, manifestantes foram às ruas em todas as regiões do Brasil em defesa de pautas como educação pública e previdência. Nos vizinhos municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, durante a manhã, centenas de pessoas realizaram passeata pelas ruas do centro das duas cidades e se encontraram na Ponte Presidente Dutra, seguindo para Juazeiro, onde o ato público foi encerrado por volta das 13h.
A motivação da parada nacional neste 15 de maio foram as próprias decisões do governo Jair Bolsonaro (PSL), especialmente o anúncio de cortes nos recursos investidos atualmente no ensino técnico e superior e o projeto de Reforma da Previdência, considerado pelos/as manifestantes como de grande impacto negativo para a classe trabalhadora.
A professora Eline Souza, do Instituto Federal da Bahia, Campus Juazeiro, disse que o momento foi de informar a sociedade sobre o corte de 30% nas verbas de manutenção das instituições e o que isso representa, principalmente, para a população mais pobre que usufrui da educação pública. A educadora diz que ir às ruas é uma forma de ecoar um grito em defesa da educação, tanto na região quanto nacionalmente, na expectativa de que o governo volte atrás nas decisões. Além disso, é preciso que “a população brasileira perceba que a educação pública, de qualidade, deve ser mantida para todos e que ela não retorne para a mão de uma elite branca, privilegiada (…) que antes tomava conta dessa educação”, defende Eline.
Cartazes, gritos de ordem, faixas, músicas e falas de representantes de organizações e movimentos sociais deram o tom da caminhada, que reuniu diversos segmentos e distintas gerações, em sua maioria educadores/as e estudantes. Débora Aguiar, estudante de edificações do Instituto Federal de Pernambuco – IF Sertão PE, considera de grande importância a participação das/dos estudantes, mostrando assim que estão atentos/as ao que está acontecendo no país. “Nós estarmos aqui é um sinal de resistência (…) estamos aqui pra dizer que não queremos o corte, que queremos barrar o corte”, afirma a estudante.
Além dos cortes que atingem diretamente as universidades e institutos federais, a comunidade acadêmica das universidades estaduais também foi às ruas. A universidade do Estado da Bahia (Uneb), por exemplo, já está em greve acerca de um mês devido a medidas preocupantes do governo Rui Costa (PT). A estudante da Universidade de Pernambuco (UPE), Letícia Rebeca Lopes, ressalta que os entraves em nível federal abre precedente para os governos dos estados seguirem a mesma linha, por isso, segundo a estudante, representantes das estaduais também aderiram a manifestação.
No Vale do São Francisco, os atos foram organizados pela Frente Brasil Popular, que aponta esse momento como uma preparação para a greve nacional que deve acontecer no dia 14 de junho. Robson Nascimento, um dos organizadores, avalia a manifestação como positiva e declara: “Nós não vamos sair das ruas, pra dizer pro governo que ele tá no caminho errado, que ele não tem proposta pra sociedade. Não é tirando direitos que se conserta o país, conserta o país com investimentos, com política social, com política pública”, conclui.