Irpaa discute educação contextualizada e água da escola em Ipiranga (PI)

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Desde 2012, a Escola Municipal Liberato Vieira, na comunidade de Brejo da Fortaleza, em Ipiranga, no Piauí (PI), trabalha nos conteúdos escolares a educação contextualizada para Convivência com o Semiárido. Foi questionando seu significado, que teve início a oficina Educação Contextualizada e Água da Escola, ministrada por André Rocha, colaborador do Irpaa, que abordou entre outros assuntos: a preservação e o reaproveitamento da água; alternativas de captação de água da chuva; e animais e plantas apropriadas ao clima semiárido.

Estudantes, pais, professores/as e funcionários/as da escola participaram da oficina que aconteceu nos dias 8 e 9 deste mês. Nesse espaço de formação, eles e elas adquriram novos conhecimentos sobre a gestão da água na escola, além de compartilhar experiências trabalhadas e que deram certo na instituição de ensino. Segundo André, esse momento de compartilhamento é um dos mais importantes, pois além de auxiliar no cotidiano das comunidades, eles também ajudam ao Instituto a melhorar suas ações. “Água da escola sempre foi uma questão sensível, pela carência da água em muitas escolas do Semiárido. Começamos a nos preocupar com a gestão e o manejo do abastecimento e fizemos um diagnóstico para identificar experiências de sucesso de escolas do campo que já vem trabalhando essa questão”, pontuou.

Durante a oficina, foi apresentado o projeto “Água, Vida e Comunidade” realizado pelos/as estudantes que, em sua primeira fase, fizeram um levantamento da situação das fontes e o uso da água nas comunidades em torno da escola. Com as informações coletadas, foi elaborado um material didático distribuído à população que explica como fazer o uso consciente da água e a preservação das fontes naturais do município.

De acordo com Felipe Luan de Sousa, secretário da escola, os conhecimentos adquiridos durante a oficina serão importantes para a segunda fase do projeto, que intenciona transformar a realidade dessas comunidades. “Informações como os animais e plantas que mais se adequam a nossa realidade, a quantidade de água que necessitam e produzem e a preservação das fontes naturais vão ser utilizadas para interferirmos diretamente na vida das pessoas das comunidades em que a escola atua”, garantiu Felipe.

Para Lurdiana Silva Pereira, coordenadora de Educação do Campo do município, a contextualização é importante para não só trabalhar a questão da água, mas também outros pontos necessários para a sobrevivência no Semiárido. “A educação contextualizada tem que ser um ato de ação, reflexão, ação e transformação. É preciso que estudantes, professores e comunidade conheçam a própria realidade e, a partir desse conhecimento, [possa] problematizar, socializar e pensar em alternativas para transformar essa realidade local. É dar significado a esse conhecimento a partir de vários aspectos como o cultural, religioso e climático”, refletiu.

Participação da comunidade no âmbito escolar – A comunidade também participa ativamente das atividades da escola. São pais, mães e amigos/as, como o seu José Lindomar Borges da Silva, trabalhador rural, que sempre quando pode acompanha os três filhos no âmbito escolar. Em um desses momentos, utilizou na sua propriedade uma das ações desenvolvidas pela instituição, o canteiro econômico, que deu certo. Para ele, essa oficina veio para somar os conhecimentos que ele já possui sobre a temática da Convivência com o Semiárido.

“É sempre bom um conhecimento a mais. Eu já verifiquei, na prática, que o canteiro econômico já me fez economizar muita água. Eu utilizava quatro baldes de água por dia para aguar a horta e hoje eu utilizo quatro por semana. Então eu faço questão de participar de oficinas como essas e hoje eu aprendi outras formas de economizar e preservar a água, foi um dia muito proveitoso para mim”, destacou.

Nesse contexto, as/os estudantes se tornam multiplicadores/as. Segundo Tatiele de Sousa Veras, estudante do 9º ano, o conteúdo tratado na oficina faz parte do cotidiano de sua comunidade. “Eu quero estudar e pesquisar mais, para poder compartilhar esses conhecimentos com minha comunidade e ensinar a eles a ter responsabilidade, pois é importante preservar a água para não sermos contaminados por doenças e para sobreviver no Semiárido”, ressalta.

 

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