Inovações tecnológicas são essenciais para fortalecer a agricultura familiar no Semiárido

Insa e ASA realizam avaliação da pesquisa de monitoramento de práticas sustentáveis em sistemas agrícolas familiares e núcleos de desertificação
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Cerca de 90% dos estabelecimentos rurais agropecuários do território do Semiárido brasileiro são ocupados pela agricultura familiar. Diante disso, as estratégias de convivência sustentável com as condições climáticas da região se apresentam como objeto da pesquisa científica e participativa Insa-ASA. É necessário entender a trajetória das inovações ocorridas dentro dos agrossistemas familiares, a partir das dimensões ecológica, econômica e social.

 

Um grupo de 20 pesquisadores, provenientes dos nove estados do Semiárido, e integrantes do projeto Insa-ASA se reuniram nos dias 16 e 17 de junho, em Campina Grande (PB), para realizar a avaliação de andamento do projeto. A pesquisa iniciada em 2012 é desenvolvida pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTIC) e por dez organizações da sociedade civil que integram a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA).
 
A pesquisa realiza um levantamento com 100 famílias agricultoras que possuem tecnologias sociais em suas propriedades. Sendo as implementações adquiridas através do Programa 1 Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra Duas Águas (P1+2) da  Asa Brasil.

Trajetória de Inovações

Uma das famílias estudadas é a de dona Cida e seu Claudionor, da comunidade Sítio Verde, município de Porto da Folha no Alto Sertão Sergipano.
Utilizando a ferramenta Linha do Tempo foi possível montar a trajetória de inovações da família a partir dos avanços na infraestrutura hídrica, diversificação da produção, segurança alimentar, subsistemas pecuários e vegetais. Além destes aspectos, as transformações sociais ocorridas fora do agroecossistema figuram nessa trajetória.

Os resultados da pesquisa apontam que a melhoria da infraestrutura hídrica para captação e armazenamento de água na propriedade permitiu a geração de renda com baixo custo e diversificação produtiva. A segurança alimentar da família, com o autoconsumo dos produtos, aumentou em 50% após a utilização de estratégias agroecológicas para produção e comercialização. Em 2015, a estimativa de impacto econômico na renda agrícola monetária da família foi de aproximadamente 15 mil reais por ano, valor maior que o dobro se comparado à renda obtida antes do P1+2, que foi de aproximadamente sete mil reais por ano.

O acesso à água é um ponto fundamental para o desenvolvimento da economia familiar de dona Cida e de seu Claudionor, aliado às estratégias agroecológicas geram autonomia e participação social. Esta conclusão direciona os debates a cerca das políticas públicas para o fortalecimento da agricultura familiar no Semiárido.

Capacitação em Monitoramento Ambiental

Outra atividade que integrou a iniciativa foi realizada de 13 a 15 de junho, a capacitação sobre a Plataforma de Monitoramento Ambiental do TerraMA², sistema de base tecnológica inovadora.  O curso direcionado aos pesquisadores do Insa-Asa aconteceu com a parceria do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas e Asa Brasil.

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