Educação contextualizada é tema da formação dos Agentes Cáritas do Regional Nordeste 3
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Proporcionar a formação de seus agentes tem sido uma prática cada vez mais valorizada pela Cáritas, que acredita na formação como um dos pilares estruturantes para qualificar, cada vez mais, a atuação dos agentes junto às comunidades e diferentes grupos de trabalho.
Nessa perspectiva, foi realizado, nos dias 18 e 19 de agosto, mais um Encontro de Formação da equipe que compõe a Cáritas Regional Nordeste 3 (Bahia e Sergipe), formado pelos escritórios dos municípios de Baixa Grande, Caetité e Salvador.
O grupo visitou juntamente com o coordenador Regional de Ensino de Baixa Grande, Sr. Elielson Bastos, as escolas municipais Cézar Cotias e João Pamponet, localizadas em comunidades próximas a Baixa Grande, e conheceu as experiências de educação contextualizada realizadas nessas instituições escolares. A Cáritas Regional Nordeste 3 e a Cáritas Diocesana de Ruy Barbosa, ambas instituições pertencentes à rede Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), tem estreitado o relacionamento com essas e outras escolas de municípios da região por meio do projeto Cisternas nas Escolas, que busca garantir água potável para estudantes da zonal rural por meio da construção de cisternas e, além disso, aprofundar o debate sobre a importância da Educação Contextualizada.
A primeira parada foi na Escola Cézar Cotias, que fica na comunidade de Lagoa Queimada. A partir do diálogo com professoras, familiares, estudantes e coordenador regional de ensino, a equipe da Cáritas Regional NE3 conheceu a metodologia do CAT (Conhecer – Analisar – Transformar), criado pelo Movimento de Organização Comunitária (MOC) e qual o impacto que essa ação tem gerado na vida dos/as alunos/as e das famílias. Para Ana Lucia Oliveira, professora há 30 anos, o aluno assume sua identidade e constrói seu conhecimento com essa forma diferenciada de ensino-aprendizagem e, além disso, os pais participam mais da vida escolar dos seus filhos e filhas. Ainda são desenvolvidos outros projetos na escola, como as práticas esportivas e o cuidado com a horta. Apesar dos avanços, a professora relata os desafios que ainda precisam ser superados, como lidar com o uso dos atuais recursos tecnológicos e a dificuldade de leitura de alguns estudantes.
Após esse momento de troca de experiências, o grupo deslocou-se para a Escola Municipal João Pamponet, localizada na comunidade Boa Vinda e que será uma das instituições participante do projeto Cisterna nas Escolas. Também nessa escola é desenvolvido um trabalho de conscientização dos estudantes sobre a sua importância no meio em que vivem e da construção do conhecimento partindo deles. A professora Maria das Flores destaca o constante estímulo que é dado para que os pais participem das atividades escolares. Uma das ações recentes foi a organização de um desfile com participação dos/as alunos/as, onde os familiares foram convidados a prestigiar. Maiane Oliveira, professora de teatro, contou que as crianças ficaram empolgadas com esse evento e já planeja outros que contem com o envolvimento deles/as.
A formação oportunizou uma vivência sobre a educação contextualizada a partir da percepção de qual o papel da educação assumido pelos profissionais que atuam nas escolas visitadas e dos resultados positivos na vida das crianças e de suas famílias.
O próximo encontro de formação está agendando para outubro.
“Água de beber, água de comer, água do saber – são águas da Cidadania que começam a jorrar com abundância nas escolas do semiárido brasileiro”.