Ceará realiza Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional

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Delegados e delegadas de treze territórios cearenses se reuniram nos dias 25, 26 e 27 de agosto para debater propostas que garantam a soberania e segurança alimentar dos povos dos campos, das cidades e das águas. O evento foi a 5ª Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em Fortaleza, Ceará.

Em boas-vindas aos participantes, a presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Ceará (Consea-CE), Malvinier Macedo, lembrou que o Brasil alcançou avanços importantes na área, com destaque para a saída do país do Mapa da Fome em 2014, mas que outros desafios ainda permanecem.

Representantes da sociedade civil e governo participaram do evento | Foto: Renata de Lima

Cintando dados da Pesquisa por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2013, Malvinier lembrou que ainda há muita luta pela frente. Ela destaca que 23% dos domicílios cearenses passam por insegurança alimentar leve, 7,4% estão em situação de insegurança alimentar moderada e 5,1% em insegurança alimentar grave. “É essa pobreza e essa miséria que ainda não foi revelada em seu todo, mas que a gente sabe que existe, que precisa de um novo olhar e que zeremos isso”, afirmou.

Malvinier frisou o papel das ações de convivência com o semiárido, realizadas por instituições ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil) e ao Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA), no acesso à água e na produção de alimentos que proporcionam a soberania e segurança alimentar da população do Semiárido.

Em Conferência Magna, a presidente do Consea Nacional, Emília Pacheco, ressaltou a agricultura familiar como setor fundamental para a soberania e segurança alimentar e nutricional do país: “Comer é um ato político. É preciso valorizar o trabalho da agricultura familiar e reconhecer a comida como patrimônio e não como mercadoria e trazer de forma mais viva a dimensão cultural desse alimento, que nos lembra os festejos, os afetos, as famílias comendo unidas. Os circuitos de proximidade, como as feiras agroecológicas, promovem a troca de saberes e trazem as culturas locais para os espaços de circulação”.

Estratégias de convivência com o Semiárido estiveram em pauta | Foto: Renata de Lima

Os delegados e delegadas se dividiram em três eixos temáticos: “Comida de verdade: avanços e obstáculos para a conquista da alimentação adequada e da soberania alimentar”; “Dinâmicas em curso, escolhas estratégicas e alcances da política pública”; e “Fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional”. As propostas debatidas são resultantes das conferências municipais e territoriais que antecederam o evento estadual e foram aprovadas em planária.

Dos 319 delegados e delegadas participantes, 39 foram eleitos para representar a sociedade civil cearense na Conferência Nacional, que ocorre em Brasília, de 3 a 6 de novembro deste ano; 18 representarão o poder público.

Pra vocês, as boas-vindas
Povo bom, povo animado
Estamos aqui com fé
Para um trabalho afinado
Porque esta conferência
Tem que dá bom resultado

Hoje, amanhã e depois
Temos muito o que fazer
Que comida de verdade
O verdadeiro de comer
Para o campo e para cidade
Temos nós que defender

 

 

(Sextilha de Malvinier Macedo declamada na abertura da Conferência Estadual) 

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