Pesquisador visita agroecossistema no Sítio Lajinha
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Victor Maciel (à direita) entrevista Maria Viana e Francisco de Assis. (Foto: Arquivo/Chapada) |
A agricultora Maria Viana e seu esposo Francisco de Assis receberam na propriedade no Sitio Lajinha, em Ouricuri, nesta terça (10) a visita do pesquisador/bolsista, Victor Maciel, coordenador da equipe de pesquisadores/bolsistas da Pesquisa Sistemas Agrícolas Familiares Resistentes a Eventos Ambientais Extremos no Contexto do Semiárido Brasileiro: Alternativas para o Enfrentamento dos Processos de Desertificação e Mudanças Climáticas, desenvolvida pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI) em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil).
A experiência da família é uma das dez experiências, desenvolvidas pelas famílias agricultoras na região do Semiárido, avaliadas nesta pesquisa como referência de convivência com as adversidades climáticas regionais. “O objetivo da visita é acompanhar o trabalho dos bolsistas nos territórios e iniciar uma nova etapa de monitoramento ecológico para quantificar itens como estoque de forragem para a criação animal e estoque de água para o consumo da família, geração de energia e fertilidade do solo.” Explica o coordenador.
Durante a visita o pesquisador teve oportunidade de conhecer e visitar vários espaços que compõem o agroecossistema encontrado dentro da propriedade da família no Sítio Lajinha. Entre eles o quintal produtivo, onde está o canteiro de hortaliças, ao lado da cisterna- calçadão, que a agricultora conquistou em 2009, através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), executado pela ONG Chapada com apoio do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Dividem aquela mesma área o plantio de árvores frutíferas junto espécies forrageiras e mais adiante o cultivo consorciado de capim, feijão, algodão, gergelim, milho e sorgo. A agrobiodiversidade presente na propriedade de Dona Maria Viana, também pode ser observada nas criações de gado, galinha e animais caprinos e suínos que integram o conjunto de atividades produtivas desenvolvidas pela agricultora há cerca de 30 anos na propriedade.
Seu Francisco de Assis, esposo de Maria Viana, contou também sobre o trabalho extra que realiza fora casa, como cisterneiro, complementando a renda do lar. Outra estratégia de convivência analisada durante a visita foi o estoque de sementes que a agricultora Maria Viana armazena em um depósito dentro de casa. Maria tem semente de tudo o que planta em sua propriedade. São cinco variedades de feijão de corda, além de fava, andu e arroz. “Graças a esta reserva que tenho em casa, não preciso comprar sementes de fora” afirma a agricultora.
Na analise do pesquisador bolsista a experiência de Maria Viana reflete um processo de transição agroecológica, onde se pode verificar a busca da auto suficiência a diversificação do agroecossistema. Uma nova visita está programada para o final da safra, desta vez para acompanhar a produção de biomassa e análise de solo.