Com o tema: Construtores de Transformação, Sasac realiza capacitação de Cisterneiros.

A atividade conta com a participação de 12 agricultores dos municípios de Simão Dias, Poço Verde e Pinhão.
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Pedreiros que participaram da capacitação promovida pela Sasac | Foto: Daniela Bento

Com esse tema a Sociedade Ambientalista e Cultural (Sasac) vem buscando ampliar o olhar e a compreensão dos cisterneiros no tocante ao seu papel dentro das ações do programa. Nesse sentido fazer uma boa leitura do semiárido, da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) e do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), tem dado o tom das capacitações.

O momento inicia-se com a colheita de olhares, onde cada um é motivado a trazer a sua compreensão de semiárido a partir das imagens que trazem dentro de si. Em grande parte essas imagens são apresentadas como lugar seco e com falta de recursos.

Em uma roda de conversa foi lançado outros olhares a partir das imagens positivas do semiárido, imagens tiradas da própria região. Esse momento serve para compreendermos que a imagem do semiárido que temos em nossas mentes muitas vezes é aquela imposta pela mídia.   A região de clima semiárido, ainda guarda um déficit hídrico, mas ele não é só isso, não é só seca. Pensá-lo dessa forma é matar as belezas da caatinga, das flores, dos açudes, das hortaliças, das galinhas, das crianças, dos rios, da cultura… Tão presentes em nossas vidas. 

Dentro dessa reflexão é trabalhado também o papel da comunicação da ASA no intuito de positivar essas imagens, e fortalecer o debate da comunicação como direito.

Na sequencia é introduzida a ASA, seu surgimento, os 15 anos da Articulação, sua missão e como se organiza. Esse momento é relevante para fortalecer os compromissos de cada um dentro das Ações da ASA, seja cisterneiro, coordenador e coordenadora de programa, gerente financeiro ou agente de campo todos e todas tem a mesma importância, e que para o resultado positivo das nossas ações cada um precisa fazer a sua parte respeitando os objetivos e missão da ASA.

Buscando sempre a melhoria no resultado final das construções das cisternas é hora de abordar os programas da ASA e a importância da padronização das implementações.
Além do passo a passo da construção, o momento discute a filosofia dos programas no sentido da descentralização da água, assim bem como o seu papel em formação e informação as famílias, além da economia gerada no local.

Em um calculo rápido e simples é apresentado a capacidade de capitação de água dos programas e o que isso representa para o semiárido.  Para isso é apresentado o Açude Castanhão, maior açude público do Brasil, localizado na região do Vale do Jaguaribe, Ceará tem capacidade de 6.700.000m³. Porém o povo não tem autonomia sobre a sua água.  Ao passo que somente com as atuais implementações do TP executado pela SASAC, 150 cisternas calçadão e 150 cisterna de enxurradas, ou seja, 300 implantações, poderá ser armazenada 15.600.000 l de água, com uma grande diferença cada família terá toda autonomia na gestão da sua água.

Na avaliação dos agricultores e agricultoras o momento de formação política da ASA e do Semiárido é muito importante. Assim destaca seu Romualdo do Assentamento Vaza Barris, município de Pinhão: “o curso já começou ensinado a nós a participar da política participativa. Eu acho bonito quando a gente esta participando de uma coisa. E outra, que criar e fazer uma cisterna, para mim num é fazer uma cisterna, é criar uma cisterna, porque a gente esta fazendo junto com a família e fazendo com que uma família cresça. Isso foi gostoso participar dessa palestra no começo de um curso, foi gratificante para mim todas as palavras que foram ditas aqui”.

Seu José Airton, conhecido como barbudo, do município de Simão Dias, também afirmou que já havia construído muitas cisternas, mas que nunca tinha tido momento igual. “Eu saio daqui animado faz muito tempo que construo cisterna, mas nunca tinha escutado o que escutei aqui sobre o Programa, a ASA e o semiárido. Saio bem sabidinho viu”?

Para Valdirene Alves, presidenta da SASAC, os processos formativos dentro das ações do programa, são sempre momentos de reflexões sobre a ASA e seus princípios. Para ela, somente com a compreensão de todos e todas envolvidos ( cisterneiros, famílias, agentes, coordenadores\as…)  sobre o papel político  dos programas teremos a real possibilidade de transformação do semiárido.

O momento foi encerrado com o lema dos 15 anos da ASA: Ampliando a resistência, fortalecendo a convivência, sendo gritado em um coro.

 

 

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