Famílias agricultoras multiplicam conhecimentos adqquiridos em capacitações

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Agricultoras e agricultores recebem cursos para utilização da água na produção de alimentos (Fotos: Arquivo Adessu)

As capacitações de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, Gestão de Água para Produção de Alimentos e Sistema Simplificado de Manejo de Água para Produção, têm como intuito aprimorar os conhecimentos das famílias agricultoras em relação à situação atual no contexto água, produção, renda, preservação ambiental e as alternativas de convivência na região semiárida dentro das perspectivas da prática da agroecologia. Todas essas questões são importantes, pois trazem conhecimentos, autonomia e incentivo para que as famílias vivam com qualidade e conscientes do seu papel, dos seus direitos e deveres, exercendo assim a cidadania.

Os dois programas de Formação e Mobilização Social para Convivência com o Semiárido: Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) tem contribuído para facilitar o entendimento em relação ao acesso às politicas públicas que possibilita melhorar a qualidade de vida das famílias que residem na zona rural.

Para a jovem agricultora Juliana Pereira Bernardino Quinto, do sítio Santana de Lajes, município de Triunfo, realizar as capacitações dos dois programas da ASA tem ajudado a aprimorar seus conhecimentos e perder a timidez, porque nas primeiras capacitações que realizou tinha muita vergonha de falar.

 

“As capacitações me ajudaram a estar buscando novas linhas de atuação, por exemplo, no momento estou fazendo curso técnico em agroecologia, penso realmente no meu futuro, ou seja, estou buscando conhecimento para estar melhorando as capacitações e as atividades com as famílias”, comenta Juliana.

Maria Raiany Diniz Silva, do sítio São José de Piloto, município de Santa Cruz da Baixa Verde, recorda que na primeira capacitação ao qual realizou era muito tímida, tinha dificuldade de estar interagindo com as pessoas, mas com o tempo foi superada, e hoje realiza capacitações com muita gente, comercializa produtos agroecológicos na feira agroecológica do município de Serra Talhada, e não sofre mais com a timidez, além disso, a jovem ressalta que as capacitações ajudaram muito no seu trabalho como difusora em agroecologia porque muito do que aprendeu como instrutora trabalha com os/as agricultores/as e com as famílias envolvidas diretamente no projeto que a ADESSU desenvolve na Serra da Baixa Verde, financiado pela Kinder Not Hilfe (KNH) da Alemanha.

“Sinto-me muito feliz em estar realizando as capacitações porque foi uma dificuldade que consegui superar, pois era muito tímida, não gostava de sair de casa, tinha medo de realizar uma atividade sozinha principalmente com pessoas que não conhecia hoje não tenho mais essa dificuldade, adoro repassar meus conhecimentos relacionados aos temas agroecologia e recursos hídricos”, comemora Raiany Diniz.

Augusto Bezerra Leite

Augusto Bezerra Leite, sítio Lagoa da Fazenda, município de Triunfo
“Com as atividades práticas das capacitações a gente aprende muita coisa, a gente vê que dá pra viver do plantio e ainda saímos da capacitação já sabendo implantar um canteiro econômico”, afirma seu Augusto. Depois de participar da capacitação, o agricultor implantou o canteiro econômico de hortaliças em sua propriedade, produzindo coentro e alface, para o consumo da família. Quando viu que tinha muitas hortaliças fez um segundo canteiro e já está implantando o terceiro canteiro econômico de hortaliças.

Seu Augusto ressalta a vantagem do canteiro econômico comparado ao canteiro convencional. Recorda que quando tinha um canteiro tradicional de coentro para o consumo de casa tinha que agoar todos os dias, quando ficava um dia sem agoar, no outro dia o coentro estava murcho. Já no canteiro econômico faz aguação de três em três dias e o coentro resiste porque a lona mantém a umidade no canteiro econômico, o coentro continua verdinho, e sempre que vai ao canteiro econômico a terra está molhada, “isso é uma riqueza!”, festeja seu Augusto.

 Francisca Pereira da Silva

Francisca Pereira da Silva, Assentamento Poço do Serrote, município de Serra Talhada, diz que “na capacitação a gente aprende muito. Vamos pensando que já sabemos muita coisa, mas quando chegamos lá vemos que tem muito que aprender com o/a instrutor/a e com as demais famílias agricultoras. Às vezes estamos desanimadas, pensando até em desistir da agricultura, mas a partir daquele momento você volta com a vida renovada e com planos de tocar a vida pra frente.

A cisterna a incentivou a plantar e aumentar sua criação animal. “Tenho a garantia de uma alimentação saudável, sem agrotóxico e graças a Deus tenho pasto para dar aos meus animais” comemora a agricultora.

Para dona Francisca, “onde tem água, não tem terra e nem tempo ruim, porque água é vida!”.

 

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