2000 agricultores e agricultoras celebraram seu dia caminhando pelas ruas de Pesqueira

Com o lema "Se o campo não planta, a cidade não janta" o Dia do Agricultor foi repleto de celebração e alegria
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“A terra é a minha vida. Cavar, jogar as sementes, aguar, ver crescer e me alimentar desse fruto, me faz o homem mais feliz do mundo. Não saio do meu campo por nada. Nasci e vou morrer agricultor”. É com esse depoimento de seu João de Zeza, agricultor do município da Pedra, que a Cáritas Diocesana de Pesqueira reuniu cerca de 2.000 agricultores e agricultoras de 32 municípios, em caminhada pelas ruas da cidade de Pesqueira para celebrar o Dia do Agricultor.

Sensibilizar a população e despertar o interesse para que o trabalho do agricultor e agricultora seja sempre valorizado, pois a agricultura familiar é responsável por 70% da alimentação que vai à nossa mesa. E foi nesse contexto que a Cáritas planejou um dia de muita celebração e festa, para os nossos agricultores/as do Agreste  ao Sertão Pernambucano. Pesqueira, Sanharó, Belo jardim, Caruaru, Arcoverde, Buíque, Tupanatinga, Poção, Pedra, Caétes, Alagoinha, Venturosa, São João, Saloá, Garanhuns e São Bento, foram alguns dos municípios que participaram do evento.

O dia começou com muita alegria, com a chegada das caravanas na Praça da Catedral de Santa Águeda. Os agricultores/as trouxeram faixas, bandeiras, alimentos e sementes, e junto a outras  caravanas a  animação contagiou a todos e a praça virou uma grande festa. “A agricultura na minha vida vem desde meus 12 anos e plantar e colher se tornou a minha vida, quando fiquei sabendo dessa festa de hoje, fiquei muito feliz, pois a gente que é agricultor sabe que a gente trabalha muito e ter um dia só nosso

 

foi muito bom, e eu já estou fazendo novas amizades por aqui, quero que esse evento tenha mais vezes pra eu poder ver de novo gente de toda parte”, falou  emocionada  Dona Jacira de Oliveira,  agricultora do município de Pesqueira.

Ainda na concentração os agricultores/as assistiram a apresentações culturais como a Capoeira Nego do Osso, e o tradicional Toré do povo indígena Xukuru de Ororubá, de Pesqueira.  E foram recepcionados por Seu Nelson Barros, agricultor e presidente da Associação do Sítio Carrapicho, de Pesqueira. “Estou aqui com muita alegria e feliz, primeira vez que a nossa agricultura está em praça pública comemorando o seu dia. Queremos agradecer a Cáritas, foi ela que deu esse grande empurrão para esse dia acontecer. Esperamos que o dia seja muito bonito e cheio de festa”, relatou o agricultor.

O Bispo da Diocese de Pesqueira,Dom José Luíz, acolheu  os agricultores /as e  falou da força do agricultor para  o país , e  da importância em celebrar a data . “O evento é muito importante para as famílias agricultoras, primeiro para reanimar, pois vivemos em um tempo onde a agricultura familiar é vista com uma certa desconfiança,  é muito importante o agricultor mostrar a sua força para o nosso país. É também é um momento para refortalecer a fé, pois os agricultores/as ficam na expectativa de chegar chuva através da Graça de Deus para poder ter alimento em sua mesa. Então, é o primeiro evento, mas esperamos fazer todos os anos, marcando no calendário o dia 25 de julho, como o dia do agricultor ” completou o Bispo.

Os agricultores/as  participativos queriam  falar e  contar suas  histórias. Uma delas é a  agricultora  do Sítio Canga, em Alagoinha , Lucia Galindo  que falou da  importância  em  celebrar a data.“Eu sou agricultora, mulher, e índia e  tenho o maior orgulho  disso. A  terra  dá de tudo,nós e  que não sabemos como cuidar  dela”, declarou  emocionada.

Com o grito de luta “Se o campo não planta, a cidade não janta”, chapéus em mãos, a caminhada partiu da Catedral pelas ruas da  cidade , onde  dois mil  agricultores/as, balançaram as bandeiras e faixas, chamando atenção dos pesqueirenses. Por onde a caminhada passou, a população parou para prestigiar e entoar gritos de força junto aos agricultores/as, tudo sob o comando do representante da Pastoral da Juventude Rural (PJR), Luiz Filho. 
 
A caminhada fez uma parada em frente à Sede da Cáritas Diocesana de Pesqueira, onde o  presidente da Cáritas e também agricultor, Aparecido Libório fez a sua palavra de acolhimento para a multidão. “É uma alegria muito grande poder comemorar esse dia junto com todos os agricultores familiares da região. Esse evento é um marco para a Cáritas Diocesana de Pesqueira e será o primeiro de muitos”, afirmou o presidente.

Seguindo  animada com músicas e palavras de ordem, a  caminhada  chega ao Espaço Ford, onde os agricultores/as tiveram uma recepção muito especial. Ao som de  Asa  Branca, do  grande  Luiz Gonzaga  a Banda Superação  da  Associação PODE, formada por crianças especiais, deu as boas  vindas  a  todos.

 
Neilda Pereira, saudou a multidão e  falou da importância  em celebrar a  data

E para acolher a todos a secretária executiva da Cáritas Diocesana de Pesqueira, Neilda Pereira, saudou a multidão e  falou da importância  em celebrar a  data . “Esse evento tem uma importância grande para a nossa região. Ele celebra o dia do agricultor e agricultora, mas também mostra a importância desse segmento para a nossa sociedade, tendo em vista também que este ano a ONU estabeleceu que o mundo inteiro deveria vivenciar a agricultura familiar, não como uma temática, mas como uma questão fundamental para a nossa vida. É o dia onde os agricultores e as agricultoras dividem conosco os seus desafios, e suas conquistas, é dia de partilha e onde reafirmamos que agricultura familiar é fundamental para a nossa sociedade”, afirmou a secretária.

Em seguida o primeiro momento emocionante da culminância foi quando  Neilda Pereira pediu para que os agricultores/as que trouxeram sementes, alimentos, levassem até o palco para que  juntos realizarem a  grande  partilha. Em poucos instantes, frutas, verduras, bolos e sementes variadas estavam expostos de forma simbólica e humilde.

O prefeito do município,Evandro Chacon, também saudou e parabenizou a  todos pela  data.

Dom José Luiz assinou o  abaixo assinado  pelas  Eleições  Limpas

A partir daí, tudo foi celebração e reflexão sobre as  conquistas do homem do campo. O povo indígena Xukuru de Ororubá dançou o Toré para abençoar as sementes e alimentos doados na partilha, em seguida o Movimento Levante Popular de Caruaru, trouxe jovens para animar com músicas alusivas às desigualdades e injustiças sociais.

As agricultoras de São Bento do Una, Djanira e Da Paz, recitaram toadas sobre a Cáritas Diocesana e agricultura familiar.  Em seguida o Bispo Dom José, iniciou a celebração da palavra, onde agricultores   como Seu Simão do município de Caetés, Santina Tereza  do  município de  Buíque, o representante do PJR, Luiz  Filho expressaram  suas opiniões  sobre ser a importância da  agricultura familiar, e algumas   agricultoras  aspergiram água  benta  na  multidão , e   como gesto concreto da celebração o  Bispo assinou o  abaixo assinado  pelas  Eleições  Limpas, um projeto de  reforma  política que pretende coletar 1,6 milhão de assinaturas com finalidade  de desencadear uma campanha cívica, unificada e solidária, pela efetivação de imediata da Reforma Política Democrática e Eleições Limpas.

A camisa comemorativa dao Dia do Agricultor, vendida durante a caminhada  teve  a renda revertida  para a reforma da sede do Projeto Crescendo com Cidadania, da Cáritas Paroquial Santa  Clara de Assis em Tupantinga. Após a benção final, os 2 mil  agricultores/as  encerraram  a manhã  com  um almoço fraterno  ao som dos sanfoneiros, Coroas do Forró, de  Garanhuns.

(Fotos: Arquivo/Cáritas Diocesana de Pesqueira)

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