“Comunicação, Mídia e Direitos Humanos” é tema de oficina com radialistas populares

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“A mídia que aliena, aumenta a repressão, estamos aqui por outra comunicação”

Rádio comunitária realiza oficina em Crateús

Para refletir sobre a mídia que temos, centralizada e a serviço dos interesses da burguesia dominante, o coletivo de comunicadoras/es da Rádio Camponesa FM 95,7 do Assentamento Palmares em Crateús-CE realizou uma oficina, nos dias 07 e 08 de junho de 2014, com o tema: Comunicação, Mídia e Direitos Humanos.

De início, os Direitos Humanos deram o “ritmo” da conversa, buscando nivelar o entendimento a esse respeito e desmistificar mitos difundidos no senso comum. O que são? Quais são? Quando surgiu o conceito? Quem tem acesso? Quando são violados? Como garantir? foram algumas questões problematizadas.

Logo em seguida, o debate evidenciou o duplo poder da mídia ao atuar tanto na promoção quanto na violação de direitos. Assim, ficou entendido que se por um lado são veiculadas campanhas que defendem a dignidade humana, por outro, predominam constantes desrespeitos na publicidade, novelas, programas de auditório, jornais, programas policialescos e humorísticos, revistas, músicas, entre outras. Sobretudo, quando trata de grupos sociais específicos, ou seja, mulheres, negras e negros, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, pessoas idosas, população LGBTT e populações de comunidades tradicionais.

A retratação dos movimentos sociais do campo e suas manifestações também foram destaque durante a oficina, uma vez que a mídia manipula, distorce e omite informações, principalmente quando o assunto são os conflitos agrários, o assassinato de trabalhadoras/es rurais, o envenenamento por agrotóxicos… e por aí vai.

Após analisar esse contexto, o diálogo foi sobre a comunicação como um direito humano, a necessidade de descentralizar a mídia brasileira e o papel da rádio comunitária enquanto meio alternativo, analisando até que ponto é contra-hegemônica ou reprodutora do modelo dominante.

No segundo dia, partindo das discussões anteriores, os programas da Rádio Camponesa foram avaliados um a um, para identificar o que há de positivo e o que precisa melhorar em relação à promoção de direitos humanos e da representatividade dos diversos públicos, opiniões e saberes do campo.

A oficina encerrou com um almoço coletivo e o compromisso de fazer uma programação que evite reproduzir o modelo de comunicação da mídia comercial e que respeite e promova a dignidade humana cada vez mais.

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