Sociedade civil e poder público juntos por um novo modelo de desenvolvimento para o Semiárido

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Na comunidade de Vertente, em Apuiarés, no Ceará, vive a família Matos, formada pelo casal Cláudia e Luciano, e sua filha Claudiana. Eles trabalham com a agricultura e tem uma história parecida com a de muitas outras que vivem no Semiárido, marcada pelas longas caminhadas em busca de água.

Há três meses a vida deles começou a mudar com a chegada de uma cisterna. Com capacidade para armazenar 16 mil litros d’água, a tecnologia social não mudou apenas a paisagem do quintal, mas também a rotina da família. “No começo, quando os animadores chegaram lá em casa, a gente duvidou que fosse verdade porque a gente já tinha recebido muitas promessas que nunca se realizaram”, confessa Cláudia, contando como se sentia, quando os técnicos da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) chegaram a sua propriedade para iniciar o processo de implementação da cisterna.

Ela, o marido e a filha viajaram mais de 1.600 km para contar essa história para um público de bancários, funcionários da Fundação Banco do Brasil (FBB), integrantes da ASA e do Governo Federal, em Brasília (DF), no último dia 10, durante a cerimônia de celebração pela construção de 80 mil cisternas construídas na parceria entre a Articulação Semiárido (ASA) e a Fundação Banco do Brasil (FBB). “A nossa vida sempre foi  trabalhar e viver na roça. Nunca pensei em estar aqui. Só quero dizer que sou grata e ainda tem muita gente que precisa de uma mudança dessa na vida”, disse Cláudia.

Durante o evento houve uma entrega simbólica do Termo de Recebimento da tecnologia e a família recebeu uma réplica da placa da cisterna, marcando as 80 mil implementações entregues.

A cerimônia de celebração pela construção de 80 mil cisternas para acúmulo de água de consumo humano, organizada pela FBB, contou com a participação do coordenador executivo da ASA, Naidison Baptista; José Caetano Minchillo, presidente da FBB; Robson Rocha, vice-presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil; Teresa Campelo, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e Gilberto Carvalho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

“Celebramos 80 mil cisternas que estão num contexto maior, que se propõe a levar melhores condições de vida à população do Semiárido. Nós da ASA nos sentimos partícipes de um processo democrático”, destacou Naidison Baptista, enfatizando que a ASA não vê essa ação numa perspectiva de assistencialismo, mas de cidadania. “Estamos mudando a cara do Semiárido porque estamos levando às pessoas algo que sempre lhes foi negado. Estamos invertendo essa equação, a medida que partilhamos, repartimos a água”.

O ministro Gilberto Carvalho também reconheceu o significado dessa ação como importante para devolver esperança aos cidadãos e cidadãs brasileiros. “O nosso sonho é devolver a condição de cidadão pleno ao povo brasileiro, com direito à água, alimento, trabalho e respeito”.

Para ele, o envolvimento da FBB, do governo federal e da Petrobras na perspectiva da convivência com o Semiárido através da implementação das tecnologias sociais, só acelerou o atendimento às famílias. “Descobrimos que aportando recursos na ASA teríamos uma velocidade no processo, sem perder a dimensão da cidadania. O papel da ASA é fundamental nisso”, disse.

Somente a FBB, junto com o Banco do Brasil, aportaram cerca de 190 milhões de reais para construção dessas tecnologias sociais no Semiárido. “Ao participarmos de um projeto como esse temos a dimensão clara que o banco precisa olhar o campo da sustentabilidade”, afirmou Robson Rocha, do Banco do Brasil.

A construção de cisternas é hoje uma política pública integrante do Programa Água para Todos, que integra o Brasil sem Miséria. Segundo a ministra Teresa Campelo, o governo tem o compromisso de construir 750 mil cisternas até o fim deste ano. 

P1MC e P1+2 – As organizações que compõem a ASA já construíram mais de 500 mil cisternas, através do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), com o apoio de diversos parceiros, entre eles o governo federal, a FBB, o IABS e a Febraban. Até o início do próximo ano serão construídas mais 47.767 tecnologias destinadas à captação de água para consumo humano.

A ASA também atua com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), que já levou água para produção de alimentos a mais de 49 mil famílias, com o apoio do governo federal, da Petrobras e da FBB. Até o início do próximo ano mais 40 mil famílias conquistarão o direito de ter essa água perto de casa.

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