Fórum Microrregional do Sertão Central discute tecnologias de convivência com o Semiárido

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Participantes do Fórum, em Madalena | Foto: Mayara Albuquerque / Arquivo IAC

No dia 14 de maio, o Fórum Microrregional de Convivência com o Semiárido do Sertão Central – FMCSA esteve reunido no município de Madalena (CE) na comunidade de Manga, para discutir a implementação do Projeto Uma Terra Duas Águas (P1+2). Na ocasião, se fizeram presentes lideranças dos movimentos sociais, associações, sindicatos, organizações, agricultores e agricultoras.

Inicialmente, foram discutidas as implementações do P1+2 na comunidade no intuito de refletir coletivamente os processos de implantação das tecnologias sociais, além de evidenciar como estas têm transformado a vida das famílias beneficiadas.

Em seguida, o agrônomo e coordenador do P1+2 pelo Instituto Antonio Conselheiro (IAC), Raul Bankiza, socializou as atividades já realizadas, os municípios e o número de famílias que serão beneficiadas, os critérios de participação, as tecnologias que estão sendo implementadas, o período para execução e os recursos disponíveis, dentre outras informações importantes.

“Nada melhor do que o olhar do agricultor para estar servindo de instrumento para a equipe técnica”, afirma Raul.

Além de discutir sobre a importância das cisternas para a convivência com o Semiárido, foram visitados dois quintais produtivos da comunidade para avaliar a melhor forma de utilizar a água, como também formas de melhorar a qualidade dos quintais.

A primeira cisterna visitada foi a de Dona Angélica, mulher nordestina, guerreira. Há oito meses recebeu

Seu Evandro ensina fórmula orgânica para o combate às pragas no seu quintal agroecológico. | Foto: Mayara Albuquerque / Arquivo IAC

uma cisterna-calçadão e cuida com dedicação de seus canteiros e fruteiras. Angélica, muito curiosa, fez várias perguntas para melhorar o aproveitamento de sua água.

“Eu já fiz dinheiro nela, vendi coentro e cheiro-verde pra feira, sempre dá pra arrumar um dinheirinho que mando pra minha filha que estuda em Fortaleza”, diz, orgulhosa. Ela é admirada na região por ser a referência de mulher que luta por melhores condições para a sua família no Semiárido brasileiro.

Com a chegada da cisterna-calçadão, o quintal do Sr. Antonio Otaviano ficou mais saudável com a produção agroecológica porque a família produzia tomates pra a venda, irrigados por motor com as águas do açude Umari que fica nas proximidades da casa. Nessa época, faziam o uso de agrotóxicos, pois nessa forma de produção as pragas são muito mais iminentes.

Já para a produção com água da cisterna só usam insumos orgânicos no combate às pragas, e estas não se dão muito, devido ao equilíbrio das culturas de plantas e legumes que existem no quintal produtivo da família.

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