Encontro municipal celebra conquistas do povo camponês

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Após uma caminhada intensa de desafios e conquistas, o Isfa finaliza sua ação na execução do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Para discutir e avaliar essa caminhada pela Convivência com o Semiárido, a equipe técnica juntamente com as famílias camponesas participaram do último encontro municipal, no dia 18 de março, em Manoel Vitorino/BA.

O programa teve início na região em junho de 2013 e possibilitou a construção de tecnologias sociais de captação de água da chuva para produção e dessedentação animal em três municípios: Boa Nova, Maracás e Manoel Vitorino. Com a meta de atender 270 famílias agricultoras do Semiárido do sudoeste baiano, o Isfa construiu, através do P1+2, 264 tecnologias, entre barreiros-trincheira, cisternas-calçadão e enxurrada e barragem subterrânea.

Enquanto organização integrante da dinâmica rede Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), o Isfa tem contribuído para a soberania camponesa, desde a implementação da primeira água com a cisterna de 16 mil litros. E hoje, com a chegada da água de comer, as comunidades celebram novas perspectivas para a vida no campo.

Dentro da rede ASA, o Isfa tem encontrado bons companheiros que fortaleceram a caminhada da agricultura familiar, e o Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (Cedasb) colabora na construção de um Semiárido mais digno. Para Renato Evangelista, sócio fundador do Cedasb, todas as conquistas dessa história de companheirismo são mérito principalmente do povo camponês: “A ASA se constrói do querer do povo do Semiárido, é um processo de construção da vontade de transformar sua vida e outras vidas. A Articulação representa esse tanto de sentimentos (…) e traz uma melhor perspectiva de vida para o povo do Semiárido”.

A equipe técnica que esteve presente também socializou a emoção de estar findando com louvor mais essa etapa de construção de possibilidades. Cleide, gerente administrativa do projeto P1+2, expressa que “O que estamos comemorando hoje é resultado de um trabalho em equipe onde cada um e cada uma deixa sua contribuição”. Éviton Santana, animador social do projeto, relata que “a ASA não transforma somente a vida de vocês beneficiários, mas também transforma a nossa enquanto pessoa”.

Através de depoimentos como o de Vanda, percebe-se a transformação nos lares camponeses, que com a ação política da ASA e de suas entidades gestoras, retomaram sua dignidade e constroem novos modos de convívio com sua terra. Para José Francisco de Azevedo, presidente do Isfa, o histórico de ações protagonizado pela entidade é um trabalho de doação própria e de coletividade: “Se não fosse os (as) agricultores (as) não daria certo o projeto. O Isfa começou com um trabalho de crianças, depois, iniciou com jovens e agora com as cisternas. O Isfa teve papel em contribuir com Manoel Vitorino e outros municípios, a gente tenta colocar nossa carcaça humana a serviço do outro, dispensa o ruim e coloca o que temos de positivo para ajudar nossas comunidades”.

Para celebrar este trabalho de muitas mãos do Isfa é mais do que fundamental resgatar a memória de superação e de objetivos alcançados, como forma de reafirmação da identidade e pertença na luta pela Convivência com o Semiárido. Responsável por retomar o histórico da entidade para os integrantes do encontro, Cristiano Marcelo, voluntário co-fundador do ISFA e da Cooproaf, relembrou a criação do Isfa, – ligada principalmente à transformação da vida de crianças e jovens do município – e sua evolução para a demanda camponesa e sua união à ASA. Para ele, os frutos da caminhada fortalecem a entidade e vê-la crescer junto com o povo camponês renova os ânimos. “Quero parabenizar a ASA, o momento é de avaliação de um ciclo para começar outro. E a palavra do Isfa é de agradecer pela mudança que todos (as) envolvidos (as) trouxeram para o (a) pequeno (a) agricultor (a)”, disse.

*Com colaboração de Eliane Almeida

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