Em Teixeira (PB), Dia Mundial da Água exige atenção para os reservatórios do município

![]() |
Mobilização percorreu cerca de 10 quilômetros | Foto: Renalle Benício |
Em Teixeira (PB), no dia 22 de março, a paróquia de Santa Maria Madalena, em parceria com o Centro de Educação Popular e Formação social (CEPFS), e com apoio da prefeitura de Teixeira, realizou uma caminhada em homenagem ao Dia Mundial da Água.
Durante a caminhada o padre Josenildo, juntamente com fiéis da igreja e representantes do CEPFS, provocaram reflexões sobre os cuidados com a água e com o meio ambiente.
Foram provocadas reflexões sobre a situação hídrica do município de Teixeira, destacando as agressões sofridas pelos açudes de São Francisco e Poços de Baixo, que se deu através do cultivo com irrigações inadequadas e uso de agrotóxicos.
Para José Dias, coordenador executivo do CEPFS, é lamentável a situação atual do açude de Poços: “hoje a população que habita o entorno do açude de poços lamenta bastante o estado em que se encontra o manancial histórico, que por muito tempo teve uma papel importantíssimo na produção de alimentos saudáveis. Precisamos que providências sejam tomadas”.
Durante a caminhada, nas margens da estrada das comunidades São Francisco e Poços de Baixo foram observados os plantios de milho e feijão, bem como a água acumulada pelas últimas chuvas que caíram na região, cenário perfeito para à discussão que estava sendo proposta.
A caminhada percorreu cerca de 10 quilômetros, saiu de frente à igreja matriz, centro de Teixeira, passou pela comunidade São Francisco, e foi até a capela de Poços de Baixo, onde aconteceu o encerramento com a celebração da santa missa em comemoração ao Dia Mundial da Água e reabertura da Capela.
“Esta caminhada além de ser em homenagem ao Dia Mundial da Água, também é uma caminhada penitencial, pois estamos no tempo da quaresma”, disse o padre Josenildo.
Açude de Poços – foi construído no período de em uma grande estiagem no ano de 1877, a partir da motivação do Cônego Bernardo. Por muito tempo se constituiu um celeiro de produção agrícola através dos vazanteiros, que acompanhando o ritmo do baixar das águas plantavam bata doce, milho, feijão, macaxeira, alho, cebola, entre outras, sem o uso de agrotóxico. Suas margens eram cobertas por imensas plantações de fruteiras que serviam como cobertura vegetal. Com a chegada da cultura de hortaliças irrigadas, os proprietários ou rendeiros derrubaram todas as fruteiras e removeram o solo para plantio com alto teor de agrotóxicos. Essa prática trouxe um imenso impacto ambiental, sendo o principal, o assoreamento. O manancial se transformou em praticamente uma lagoa. Trouxe também problemas para a saúde humana, com o surgimento de muitas doenças, atribuídas ao consumo de hortaliças e o manejo dos agrotóxicos.