Representante de entidade alemã conversa com atuais e ex-estudantes da República do Irpaa
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Estudantes bolsistas que moram na república do Irpaa (Centro de Formação D. José Rodrigues) tiveram, no último dia 19, um momento diferente em sua vidas. Em avaliação com a representante da entidade alemã Kindermissionswerk, apoiadora da iniciativa, Júllia Blaese, jovens de organizações populares do Semiárido, especialmente de Escolas Famílias Agrícolas, se reencontraram com outros jovens que já passaram pela república, e que hoje contribuem significativamente com a convivência com o Semiárido em diversas regiões.
Os depoimentos foram unânimes em afirmar a importância de estudarem no Irpaa, já que o ensino em suas regiões, muitas vezes, não lhes davam a formação que sonhavam. Gilmar Ferreira, de 25 anos, de Monte Santo (BA), conta com muita emoção como deixou sua comunidade após iniciar um trabalho com a juventude local. Ele afirma que tão logo termine seus estudos pretende retornar a sua terra e contribuir com o desenvolvimento de sua região.
Pedro de Oliveira, vindo do interior de Chorrochó (BA), diz como a experiência de estudar no Irpaa modificou sua vida, quando passou a viver em comunidade, conhecendo práticas diferentes das que o grupo tinha no curso técnico em agropecuária oferecido pelo ensino formal. Kryssia Pinheiro, da região de Crateús, no Ceará, está concluindo o curso superior de agronomia. “Agradeço muito ao Irpaa por chegar aqui. Sou grata pela experiência de ter compreendido a realidade do Semiárido a partir de suas viabilidades”.
Muitos estudantes que passaram pela república do Irpaa hoje desenvolvem algum trabalho dentro da instituição, ou em entidades parceiras. Ademilson da Rocha, o Tiziu, atual coordenador do Instituto, iniciou sua carreira profissional quando concluía os estudos na Escola Agrotécnica, ainda como bolsista da República. Adilson Ribeiro, que hoje é vereador em Sobradinho (BA), diz que tem essa proposta como fator de desenvolvimento para seu município por meio da esfera política, apesar das dificuldades próprias deste meio. Gilmar de Souza, membro da Comissão Pastoral da Terra em Caetité (BA), foi enfático em afirmar que as/os estudantes que passam pelo Irpaa são diferentes, pois tem uma compreensão correta da região e da realidade em que vivem.
Julia Blaese, que acompanhou os depoimentos junto com a coordenação do Irpaa disse estar satisfeita não só em fazer parte da organização que apoia as/os estudantes, mas também por perceber resultados tão significativos na vida dos jovens que continuam nessa caminhada ajudando a transformar outras realidades.