Analisar o presente para preparar o futuro no semiárido

CEDASB e ISFA realizam encontro territorial e microrregional com agricultores e agricultoras beneficiados pelo P1+2 e P1MC
Compartilhe!

Coral de Flautas formado por crianças fez apresentação durante encontro em  Vitória da Conquista. | Foto: Rodrigo de Castro Dias

Sob a temática “Estratégias de Convivência com o Semiárido: Políticas Públicas e Práticas Agroecológicas”, agricultores e agricultoras familiares de treze municípios do sudoeste baiano se reuniram, nos dias 07 e 08 de novembro, no Centro Diocesano de Vitória da Conquista – BA, para debater as ações da Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), em prol das políticas de convivência com o Semiárido. O encontro também foi o espaço para trocar saberes e vivências em um ambiente que promoveu o fortalecimento dos laços entre as comunidades rurais e as entidades que atuam a favor de uma vida mais digna no sertão, por meio da promoção de segurança hídrica, alimentar e nutricional.

O Centro de Convivência e Desenvolvimento Agroecológico do Sudoeste da Bahia (CEDASB), Unidade Gestora Territorial do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), e o Instituto de Formação Cidadã São Francisco de Assis (ISFA), Unidade Gestora Microrregional do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), realizaram em conjunto o encontro, agrupando as atividades de controle social do P1+2 e do P1MC. Além dos cerca de oitenta agricultores e agricultoras dos munícipios da área de atuação das duas entidades, estiveram presentes também técnicos do ISFA e do CEDASB, além de membros de outras entidades, como a Pastoral da Criança, o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e da CAR (Companhia de Desenvolvimento e Ação Social).

As atividades desenvolvidas durante o encontro serviram para refletir sobre o trabalho que vem sendo realizado pela ASA junto com as organizações de base local e a partir daí projetar novas perspectivas para o futuro, aproveitando a deixa do VIII EnconASA, que será realizado de 19 a 23 de novembro em Januária, Minas Gerais, como incentivador dessa reflexão, que busca nortear quais caminhos devem ser seguidos na busca da superação da pobreza e da construção da cidadania no Semiárido brasileiro.

Para além do controle social, que consiste na avaliação das ações dos programas da ASA pelas comunidades rurais e a análise da conjuntura social e política do trabalho da articulação, o encontro territorial e microrregional foi acima de tudo um espaço de formação e celebração do viver sertanejo. “Uma revolução sem dança é uma revolução pela qual não se vale a pena lutar!”, conclama Climério Vale, da coordenação executiva da ASA Bahia, em sua saudação aos presentes, logo após a belíssima apresentação do Coral de Flautas mantido pelo ISFA e composto por crianças do município de Manoel Vitorino. A afirmação encontra sentido maior na noite cultural, onde o reisado e o samba de roda fizeram a alegria de todos.

Políticas públicas e práticas agroecológicas – Dentro da temática central do encontro, as oficinas temáticas e as palestras foram objeto de grande apreço por parte dos presentes. A oficina de fabricação do biogel, um fertilizante feito com ingredientes orgânicos, como esterco e urina de gado, pó de rocha e outros, deixaram muitos agricultores e agricultoras com vontade de experimentar essa prática simples em suas terras: “semana que vem eu vou fazer e experimentar lá na minha horta, pra melhorar a produção”, disse uma das participantes.

 Na outra oficina, a de reaproveitamento de alimentos, a coordenadora regional da Pastoral da Criança, Irmã Rosilda, foi convidada a demonstrar formas simples de utilizar vários alimentos de forma mais racional na cozinha, diminuindo o desperdício. Segundo ela, o reaproveitamento contribui para o aumento de segurança alimentar das famílias, uma vez que elas poderão gerenciar melhor o uso dos alimentos nas refeições.

No segundo dia de atividades, duas palestras trouxeram um grande volume de informações para os agricultores e agricultoras. A primeira contou com Izaltiene Rodrigues, presidente da COOPASUB (Cooperativa Mista Agropecuária de Pequenos Agricultores do Sudoeste da Bahia), que fez uma explanação abrangente sobre o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), detalhando as características e o funcionamento desses programas, e como as comunidades podem acessá-los.

Em seguida foi à vez de Marcelo Matos, diretor de agropecuária da EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola), apresentar o Programa de Segurança Alimentar do Rebanho da Agricultura Familiar, iniciativa que visa garantir a agricultores e agricultoras familiares condições para assegurar a alimentação das pequenas criações de gado e cabra nos períodos de estiagem, por meio da palma adensada. “Um caminhão com dez mil quilos de palma, possui nove mil litros de água. É praticamente um carro pipa”, diz Marcelo, exemplificando o potencial hídrico, além do alimentar, da palma para a criação dos pequenos produtores.

As fotos do encontro territorial e microrregional podem ser visualizadas no facebook. O P1+2 e o P1MC são programas da ASA, realizados em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Confira fotos,vídeos e mais informações sobre o encontro acessando:

http://www.youtube.com/watch?v=aU0By1ZarmE&feature=youtu.be 

 http://www.facebook.com/media/set/?set=a.504141379610875.120422.458317977526549&type=1


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *