Comunidade Peri Peri luta pelo reconhecimento quilombola
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A comunidade do Peri Peri, no município de Presidente Jânio Quadros, na Bahia, está caminhando para o processo de reconhecimento e regularização do território como área quilombola, através dos resquícios de escravos, como um tanque e muro de pedras. Os quilombolas são parte importante da cultura brasileira e, por vezes, desconhecidos de muitas pessoas. Talvez, por isso, apesar da riqueza cultural, as dificuldades enfrentadas para preservação são imensas.
Segundo Jeane Farias da Silva, presidente da associação do Peri Peri, a comunidade possui 25 famílias associadas, as quais sobrevivem do plantio de mandioca e feijão catador. As famílias possuem cisternas de consumo humano, construídas pela ASA, além de um tanque, onde a água é utilizada para a agricultura e criação de gado, porcos e galinhas.
A ASA vem transformando a realidade do Semiárido com a implantação do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Na comunidade de Peri Peri, o Centro Comunitário da Paróquia São Pedro irá implantar tecnologias sociais de armazenamento de água de chuva para produção de alimentos de qualidade e a criação de animais, garantindo segurança hídrica, principalmente, no período de estiagem, a exemplo das cisternas calçadão e enxurrada, barreiro trincheira e BAP – bomba d’ água popular.
A natureza já demonstrou que é possível viver bem na região semiárida, desde que se estabeleça uma relação harmoniosa e práticas adaptadas a esse ecossistema. O meio rural, visto por algumas pessoas como fonte de problemas, hoje aparece também como portador de soluções para a melhoria da qualidade de vida. Portanto, a escolha pela agricultura familiar está relacionada com multifuncionalidade, que além de produzir alimentos e matérias-primas, gera mais de 80% da ocupação no setor rural e favorece o emprego de práticas produtivas, ecologicamente mais equilibradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais, como os agrotóxicos e a preservação do patrimônio genético. Além disso, permitir uma distribuição populacional mais equilibrada, buscando o desenvolvimento sustentável.